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Notas de crédito da Odebrecht são postas em revisão para rebaixamento pela Moody’s

SÃO PAULO – Neste sábado, a agência de classificação de risco Moody’s colocou em revisão para rebaixamento as notas de crédito em escala nacional (“Aa1.br”) e global (“Baa3”) da Odebrecht Engenharia e Construção S.A. (OEC).

A revisão dos ratings da Odebrecht pela agência de classificação de risco está fundamentada na percepção de aumento do risco de crédito para a Odebrecht após os mandados de busca e apreensão emitidos ontem, sexta-feira, para a companhia, além das prisões preventivas e temporárias de alguns dos executivos da construtora, inclusive do presidente do grupo, Marcelo Odebrecht. As detenções fazem parte da 14ª fase da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal (PF).

Em nota, a agência afirma que, embora as investigações da Lava-Jato ainda estejam em andamento e as eventuais sentenças ou penalidades  não tenham sido determinadas, “os eventos podem afetar negativamente a execução das estratégias de crescimento da empresa no curto prazo e pressionar ainda mais os já desafiadores fundamentos da indústria de engenharia e construção no Brasil”.

O processo de revisão dos ratings, diz a nota da Moody’s, focará na capacidade prospectiva da companhia de suportar seus negócios. Segundo a agência, a revisão das notas também levará em conta que a Odebrecht “atualmente tem liquidez suficiente para cobrir todos os vencimentos de dívida e garantias extrapatrimoniais”. Tal fato, segundo a agência, parcialmente mitiga potenciais implicações negativas sobre os negócios da empreiteira no curto prazo.

Conforme as investigações sejam esclarecidas e resolvidas sob o curso normal da justiça, diz a Moody’s, “com implicações restritas ou gerenciáveis para os negócios domésticos e internacionais da companhia e para o seu perfil de liquidez”, os ratings da construtora podem ser confirmados nos níveis atuais.

No entanto, caso a Moody’s perceba aumento dos riscos advindos das investigações, os ratings podem ser rebaixados. Entre os possíveis riscos, a agência cita a redução da liquidez para cumprir com o serviço das dívidas ou a redução significativa no porfólio de projetos — este último resultaria em maior alavancagem e perfil de negócios enfraquecido.

A Odebrecht Engenharia e Construção, informa a agência, é a maior companhia desse ramo da América Latina, com receita líquida de R$ 32,8 bilhões (US$ 13,1 bilhões) nos últimos 12 meses encerrados em 31 de março de 2015. Tem uma carteira de projetos de R$108,7 bilhões  (US$ 33,9 bilhões), dos quais 26%  no Brasil, 54% em outros países da América Latina e 19,5% na África. Sua posição de caixa no fim de março era de R$ 13,3 bilhões (US$ 4,1 bilhões) para uma dívida bruta total de R$ 10,7 bilhões (US$ 3,3 bilhões).

 

 
Fonte: Valor Econômico

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