saneamento basico

Sabesp faz operação para regularizar 120 mil ‘gatos’ de água em ocupações

Ligações clandestinas geram perda de 2,5 bi de litros/mês na Grande SP. Estudo mostrou que moradores pagariam por saneamento em área irregular.

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) quer evitar perda de 2,5 bilhões de litros de água por mês com ligações clandestinas em ocupações irregulares na Grande São Paulo e montou uma operação para instalar tubulações em 120 mil imóveis construídos em áreas informais. Mais da metade (70 mil imóveis) fica na capital paulista, calculou a Sabesp.

O volume de água desviado por mangueiras improvisadas em moradias construídas em terrenos públicos e que não sejam de proteção ambiental é estimado pela Sabesp em 1,25 bilhão de litros, por mês. A quantia é suficiente para abastecer 114 mil imóveis ou uma cidade do porte de Piracicaba, no interior paulista. O restante (1,3 bilhão de litros mensais) será economizado com o conserto de vazamentos dessas ligações clandestinas.
Segundo a Sabesp, a perda pode ser maior porque existem ocupações em terrenos particulares e em áreas de proteção ambiental, que não estão incluídas nessa força-tarefa. A água consumida nas moradias informais não é faturada pela companhia.

Uma pesquisa do Instituto Trata Brasil apontou que 88,5% de moradores em áreas de ocupação no estado de São Paulo pagariam por água e esgoto, caso existissem ligações regulares oferecidas pelas companhias de abastecimento e tratamento. A maioria estaria disposta a pagar entre R$ 12 e R$ 24 de taxas pelos serviços. O estudo obtido com exclusividade pelo G1analisou a situação do saneamento em 12 cidades paulistas.

A pesquisa, feita em parceria com a Reinfra Consultoria, também constatou que o volume de água desviado por meio de ligações clandestinas nas mesmas ocupações corresponde ao volume de cerca de 61,5 mil piscinas olímpicas/ano, sendo 48 mil piscinas só com desvios em áreas irregulares na Grande SP. Considerando apenas o consumo não faturado, com tarifa média praticada no estado de São Paulo – R$ 2,29 por m³ -, o Instituto Trata Brasil estimou que as companhias de abastecimento deixaram de faturar R$ 308 milhões por ano.

Regularização de ‘gatos’
A companhia diz que a operação tem como objetivo oferecer água de qualidade para cerca de 400 mil pessoas. Os “gatos”, como são chamadas ligações clandestinas feitas com mangueiras, costumam sofrer com furos constantes, o que causa perda e também pode contaminar a água.

O trabalho já começou na comunidade Pegasus, na cidade de Embu das Artes, onde 1.141 imóveis foram ligados à rede de água entre novembro de 2015 e janeiro deste ano. Nesse período, a Sabesp conseguiu recuperar 17 milhões de litros de água potável que seriam consumidos. Áreas no Jardim Ângela e Jardim São Luís, ambos na Zona Sul da capital, também receberão a regularização.

Todos os clientes residenciais que forem conectados na operação serão incluídos na tarifa social – que hoje é de R$ 7 para residências que consumam até 10 metros cúbicos mensais, ou 33% da tarifa normal. O consumo médio desses imóveis é de 10,9 metros cúbicos mensais, de acordo com a Sabesp. Um metro cúbico corresponde a 1 mil litros de água.

A implantação da rede é feita por meio de um contrato de performance. A empresa vencedora da licitação implanta a infraestrutura de abastecimento, como tubulação, ligações, caixas de medição e hidrômetros, por conta própria e é remunerada pelo volume de água que deixa de ser perdido. O pagamento só é feito quando os moradores se conectam.

Nos últimos quatro anos, foram ligados 80 mil domicílios. Para que, nestes próximos dois anos, todos os 120 mil imóveis listados sejam conectados à rede de água, a companhia trabalha em conjunto com cada Prefeitura da Grande São Paulo para obter as autorizações para cada comunidade.
A iniciativa será implantada até 2017 em casas construídas em terrenos públicos, que não sejam de proteção ambiental. Nesses locais de ocupação informal, a Sabesp disse que negocia autorizações individuais com as Prefeituras, documentação para implantar as tubulações, já que uma lei federal impede a instalação de sistema de saneamento em áreas sem infraestrutura urbana.

Esgotos
A companhia também negocia para instalar as redes de esgoto nesses terrenos. Essa implantação depende do trabalho de reurbanização por parte das Prefeituras, já que as tubulações muitas vezes precisam ser instaladas em locais onde hoje existem casas construídas. Nesses casos, é preciso construir novas moradias para essas famílias.

O volume de esgoto descartado sem tratamento em córregos ou a céu aberto por moradores de áreas irregulares no estado de São Paulo seria suficiente para encher, pelo menos, 44,1 mil piscinas olímpicas por ano, segundo pesquisa feita pelo Instituto Trata Brasil. O estudo foi obtido com exclusividade pelo G1 e analisou a situação do saneamento básico em 12 cidades paulistas.

Fonte: G1
Foto: Reprodução Tv Globo

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