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Vereadores se mostram contrários a concessão da água e esgoto a Cagece

O projeto de lei que autoriza a renovação da concessão da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (CAGECE) para exploração dos sistemas de abastecimento d’água do município, com a inclusão de sistemas que, atualmente, são de responsabilidade da Prefeitura, como é o caso do Bairro Francisca do Socorro, Bairro Padre Cícero e Distrito do Rosário, foi tema de debate do programa ‘Espaço Aberto’ transmitido no último sábado (3) pela Som da Terra FM, do qual participaram os vereadores Giancles Filgueira (PROS), Ivan Rodrigues, Ozório Dantas e Jorge de Dona Iraci, todos do PP.

O vereador Giancles Filgueira citou o valor a ser arrecadado pela Cagece em caso de aprovação da matéria. “Se o projeto for aprovado, a Cagece vai explorar a concessão nas comunidades de Bairro Padre Cícero, Distrito do Rosário e Bairro Francisca do Socorro que hoje é da Prefeitura. Ou seja, vai cobrar a taxa de água. Com essa concessão, a Cagece vai ter mais de 7 mil usuários, vai quase triplicar o número de residências as quais terão que pagar a taxa de água e com isso a Cagece vai arrecadar, nos próximos 30 anos, aproximadamente R$ 80 milhões sem contar a taxa de esgoto”, ponderou.

Segundo o parlamentar, a Cagece arrecada em Milagres para investir em outros municípios. “A Cagece tem interesse de arrecadar em outros municípios para investir onde não tem água. Em Tauá, por exemplo, não há água para a população e lá o município não dá lucro a Cagece, ao contrário de Milagres, onde nos últimos 30 anos a Cagece arrecadou cerca de R$ 20 milhões e só investiu em torno de R$ 3 milhões”, observou.

Giancles Filgueira se mostrou favorável a criação de uma entidade no município para gerenciar os recursos. “Sou a favor que seja criado no município uma entidade para cuidar do recurso pago pelos usuários para usufruir da água e que o dinheiro não vá beneficiar outras cidades”, finalizou.

Já o vereador Ivan Rodrigues citou o víeis político lembrando declaração do Prefeito Municipal, Hellosman Sampaio sobre o tema. “Eu sou contrário ao projeto por que irá aumentar mais uma taxa de água e esgoto. E o Prefeito não é esquecido não, ele é mais ou menos de minha idade, ele disse que enquanto fosse Prefeito de Milagres ninguém carregava mais a lata d’água na cabeça. Enquanto ele fosse prefeito ninguém pagava pela água”, relembrou.

Ozório Dantas voltou a citar que o projeto nada mais é do que um cheque em branco. “Jamais aprovaremos qualquer projeto que venha prejudicar a população de Milagres, principalmente a população carente. O povo não se esqueceu da taxa de iluminação pública que os vereadores aprovaram na época e, que, quando começou a ser cobrada foi com o percentual lá em cima, sacrificando a população. Esse projeto da água não fala quanto vai cobrar, não fala em R$ 24 milhões, não fala em poço profundo. É como se fosse um cheque em branco. Você depois de autorizar essa concessão eles vão fazer do que jeito que eles quiser”, assegurou.

Por fim, o vereador Jorge de Dona Iraci disse precisar de maiores detalhes sobre o projeto. “Eu não tenho dado, não tenho documento em mãos. O que eu tenho é a cópia do contrato. Nós íamos votar contra e vamos votar contra porque acho um absurdo o pessoal da periferia, do Bairro Padre Cícero e Rosário. O pessoal do prefeito me procurou e eu falei que não podia votar num projeto desse, porque não tenho projeto em mãos. Já que se for aprovamos, vai se pagar a tarifa de água e a tarifa de esgoto”, afirmou.

Fonte: Som da Terra
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