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Água que abastece quilombo pode ter sido envenenada por agrotóxico

Moradores do Quilombo do Jaó, em Itapeva (SP), estão assustados depois que o reservatório de água do local foi possivelmente envenenado. A caixa d’água coletiva, que abastece as casas das 56 famílias que vivem na área, foi contaminada por pesticida nesta sexta-feira (25). A denúncia é do líder da comunidade quilombola. Segundo ele, o crime foi descoberto depois que os moradores perceberam o cheiro de produto químico na água. Ninguém foi preso ou ficou ferido.

Em entrevista ao G1, o líder da comunidade, Antônio Aparecido de Oliveira Lima, conta que a situação foi percebida por dois moradores. Um deles chegou a beber a água. “Uma dessas pessoas sentiu o cheiro forte quando foi lavar o rosto de manhã. Já o outro também sentiu o cheiro, mas mesmo assim bebeu. Eles então vieram me procurar para dizer que havia algo estranho na água”, explica.

Ainda de acordo com Antônio Lima, ele foi até o reservatório acompanhado de outros moradores e perceberam que o local estava com resquícios de veneno. “Quando subi na caixa, vi que tinha um pó espalhado por todos os lados. Ao jogarem aquele produto na água, ele também se espalhou e ficou parado em cima dos canos e ferragens”, ressalta

Ele ressalta que a polícia foi acionada, assim como a Vigilância Ambiental da cidade. “Tanto a polícia, quando a Vigilância passaram o dia investigando, mas ninguém que possa ter feito isso foi localizado”, explica.

O morador que ingeriu a água foi levado ao hospital para passar por exames, mas até a manhã desde sábado não havia apresentado reação. Uma amostra da água também foi recolhida e levada para análise. “Foi uma ação criminosa. Alguém veio de fora para fazer isso porque aqui na comunidade não usamos esse tipo de veneno nas nossas lavouras”, denuncia Lima.

Segundo a gerente da Vigilância Ambiental, Tatiana Ribas Gemignani, a água coletada na sexta-feira no reservatório central da comunidade está armazenada em um refrigerador, e será envidada na segunda-feira (28) para o Instituto Adolfo Lutz em São Paulo.

Ela ainda afirma que a primeira avaliação aponta que o produto usado no envenenamento pode ser agrotóxico. Até domingo (27), as outras caixas d’água, ao todo 32, também serão esvaziadas e limpas por uma empresa terceirizada da cidade.

A Sabesp informou que a Comunidade Quilombola do Jaó não é operada pela companhia. Entretanto, enviou na manhã deste sábado (26) um caminhão pipa para atendimento emergencial dos moradores. O abastecimento de água do comunidade quilombola é mantido pela própria comunidade em parceria com a prefeitura da cidade.

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