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Copasa garante abastecimento em BH e região metropolitana

O abastecimento de água da região metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) está sob controle. A informação foi passada nesta quarta-feira (21) pelo superintendente de Produção e Tratamento de Água da Copasa, Nelson Cunha Guimarães, durante audiência pública da Comissão Extraordinária das Águas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

Isso, pela RMBH contar com os sistemas rio das Velhas e Paraopeba (composto pelo rio Manso, Serra Azul e Várzea das Flores), onde são realizadas transposições de água de um para outro, e vice-versa, por meio da Linha Azul.

Segundo Nelson, a Linha Azul consiste de uma tubulação que corta a cidade de Belo Horizonte e permite que se faça a transposição de águas de uma bacia para outra. “Por isso conseguimos resguardar o abastecimento e priorizá-lo em outras áreas”, afirmou. “Tivemos impactos nos mananciais, mas que não causaram problemas no abastecimento de água, graças à flexibilidade operacional”, completou Nelson.

O sistema Rio das Velhas, com a captação Bela Fama, em Nova Lima, é responsável por 43% do abastecimento de água da RMBH e a retirada é feita diretamente do rio. “É um sistema que foi pouco impactado pela estiagem”, disse Nelson. Outro sistema é o Rio Manso, localizado em Brumadinho, que trata-se de um reservatório construído na década de 90, com capacidade para armazenar uma quantidade de água que hoje é muito maior do que a vazão utilizada. “Desse reservatório, retiramos 50% da água disponível. Hoje ele tem mais de 80% de água armazenada”, afirmou Nelson.

Os outros dois reservatórios que abastecem a Grande BH são o Sistema Serra Azul, em Juatuba, que é responsável por 40% do fornecimento de água. Esse sistema, conforme a Copasa, sofreu impacto em relação à estiagem, com uma depressão acima do normal. Já o Várzea das Flores, em Betim e Contagem, é responsável por 7% do abastecimento.

O autor do requerimento para o debate e presidente da comissão, deputado Almir Paraca (PT), questionou se essa garantia da empresa se estende a todo o Estado ou se tem alguma região com maior dificuldade. Em resposta, o superintendente de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Tales Heliodoro Viana, afirmou que esse conforto é relativo, já que a capacidade de água é para determinado período. No entanto, afirmou que a Copasa tem controle para trabalhar com certa tranquilidade e tem condições de atuar em casos extremos.

A empresa está em 626 dos 853 municípios mineiros.

Mudanças climáticas preocupam
As mudanças no clima também foram lembradas na reunião. “Teremos chuvas muito fortes e em períodos curtos. Não adianta chover se eu não guardo, eu só consigo guardar se tiver um meio ambiente inteligentemente preservado”, afirmou o superintendente de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Tales Heliodoro Viana.

A diretora de gestão das águas e apoio de comitês do Igam, Renata de Maria Araújo, informou que a Feam está elaborando, em parceria com a França, um plano estadual de energia e mudanças climáticas, com previsão de ser publicado até dezembro. Segundo ela, esse plano trará um cenário atual do Estado, com as principais atividades dos órgãos gestores e da comunidade para adaptar às mudanças climáticas no Estado. Renata salientou que o grande desafio é aprender a fazer gestão de recursos hídricos numa situação de escassez.

Além da falta de água, a vice-presidente da Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento (Assemae), Tânia Maria Duarte, alertou que outro desafio é a gestão técnica do saneamento nos municípios, que passam por mudanças de atores no cenário político. Também cobrou que os gestores do executivo municipal precisam participar mais dos comitês de bacia.

Presentes na reunião, os representantes de várias cidades do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) explicaram como é feito o serviço em seus municípios e apresentaram suas dificuldades, entre eles o diretor do Saae-Bocaiuva, Robson Rafael Andrade. Segundo ele, a Copasa joga esgoto nos rios de sua região e informou que a barragem do Rio São Francisco pode estar em uma situação tranquila, mas os poços artesianos sofrem mais com a falta de água nas barragens.

Já o prefeito de Pirapora, Léo Silveira, apresentou sua preocupação com a utilização das águas do São Francisco para uso de energia elétrica. Segundo ele, a vazão atual está no mínimo que a cidade consegue para captar água por gravidade, que é de 250 m³ por segundo. Se este volume baixar mais, como está previsto, ele não terá condições de atender a população neste momento.

Fonte: O Tempo
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