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Principal obra para amenizar crise hídrica inicia com atraso de 3 meses

Principal obra contra a crise hídrica de 2015 em São Paulo, a interligação dos sistemas Rio Grande e Alto Tietê, começou na manhã desta segunda-feira (4) com cerca de três meses de atraso. Prevista para começar em fevereiro deste ano, a obra orçada em R$ 130 milhões deveria ter sido entregue parcialmente em maio e atrasou para sair do papel devido à demora do licenciamento ambiental, segundo o governo.

(Correção: ao ser publicada, esta reportagem errou ao dizer que a obra foi inaugurada. O erro foi corrigido às 20h12.)
Em 3 de fevereiro, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que a ligação estaria funcionando já em maio. Em nota, a Sabesp disse que a alteração no cronograma do projeto é um ajuste normal “dado o tamanho e a complexidade de uma obra desse porte”.

“Houve um atraso de 30 dias na obra do Rio Grande porque nós resolvemos seguir todas as regras, pedir licenciamento ambiental, aprovação do Consema [Conselho Estadual do Meio Ambiente]”, afirmou o governador Geraldo Alckmin no canteiro da obra em um braço do sistema Rio Grande, em Ribeirão Pires, na região do ABC. A licença ambiental da Cetesb foi concedida na última quinta-feira (30).

Quando a obra estiver concluída, haverá uma transferência de 4 mil litros de água por segundo para o sistema Alto Tietê e ampliar em cerca de um terço a retirada de água no local. O Alto Tietê é responsável pelo abastecimento de 4,5 milhões de pessoas na Grande São Paulo, principalmente na Zona Leste da capital paulista.

O sistema Cantareira também será beneficiado porque o bombeamento fará com que as regiões que hoje recebem água do sistema possam ser atendidas pelo Alto Tietê, ajudando a aliviar o manancial em crise.

Questionado se a transferência de água entre os mananciais poderia prejudicar outras cidades da região metropolitana abastecidas pela Sabesp, Alckmin negou e disse que a interligação de bacias é um método usado em todo o mundo para garantir segurança hídrico. “Não. A Billings é uma gigante, é impressionante o tamanho da represa. Não há nenhum problema”.

Apesar da obra que irá oferecer mais água aos mananciais mais críticos, Alckmin não descartou a possibilidade de racionamento. “Eu aprendi que embora a engenharia seja uma ciência exata mas como tem tantas interfaces é preciso sempre ter cautela. Eu diria que todo trabalho está sendo feito para não ter racionamento, para não ter rodízio”, afirmou.

Ao final do lançamento da obra, professores em greve protestaram e tentaram falar com o governador, sem sucesso.

Obra

Serão instaladas duas tubulações paralelas ao longo de 11 km, com capacidade suficiente para a transferência de 4 metros cúbicos de água por segundo. Um metro cúbico corresponde a 1 mil litros de água.

A medida vai ajudar o Sistema Alto Tietê, que é reponsável pelo abastecimento de 4,5 milhões de pessoas na Grande São Paulo, a maior parte na Zona Leste da capital, e hoje opera apenas com 22,4% da capacidade. Os novos 4 metros cúbicos vão ampliar em cerca de um terço a atual retirada de água.

O Cantareira, sistema que passa pela situação mais crítica, também será beneficiado porque o bombeamento fará com que regiões que hoje recebem água do sistema possam ser atendidas pelo Alto Tietê, ajudando a aliviar o manancial em crise.

O investimento previsto é de cerca de R$ 130 milhões e inclui a instalação de quatro bombas para empurrar a água 80 metros acima, superando o morro que divide a região do ABC (onde fica o Sistema Rio Grande) de Suzano (no Alto Tietê).

Outras obras

Outra grande intervenção prevista é a ligação do Rio Paraíba do Sul com o Sistema Cantareira, o mais prejudicado pela crise hídrica. A obra já foi autorizada pela Agência Nacional de Águas (ANA), mas deve ficar pronta apenas no ano que vem. Essa é a principal intervenção direta no Sistema Cantareira.

As outras obras já em andamento vão socorrem os outros sistemas e ajudar o Cantareira de forma indireta. Isso porque a Sabesp fez modificações na rede e aumentou o número de consumidores abastecidos pelo Sistema Guarapiranga, por exemplo. Já o Cantareira, que abastecia 9 milhões de clientes antes da crise hídrica, agora é responsável apenas por 5,4 milhões.

Neste mês, a Sabesp anunciou, por exemplo, que uma nova adutora permitiu que o Sistema Rio Grande passasse a abastecer bairros na região de Pedreira, Zona Sul de São Paulo. A obra desafoga o Guarapiranga, que atendia essas áreas anteriormente. Com isso, o Guarapiranga pode passar a abastecer áreas que recebem água do Cantareira.

Outras intervenções estão previstas para 2015. Uma delas é a ligação do Rio Guaiaó ao Sistema Alto Tietê. Orçada em R$ 28,9 milhões, a obra começou em fevereiro e irá até maio. A intervenção vai permitir transferir para a represa de Taiaçupeba 0,8 metros cúbicos. Também para o Sistema Alto Tietê, a Sabesp prevê a captação de 2,1 metros cúbicos no rio Itatinga à Represa Jundiaí.

Contando todas as intervenções, 10,4 metros cúbicos serão disponibilizados ao abastecimento da Grande São Paulo, 20% do total usado hoje pelos consumidores da região metropolitana.

 

 

 

Fonte: G1

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