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Salários de diretores e conselheiros é questionado na Sabesp

A Sabesp foi questionada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o xerife do mercado de capitais, por uma confusão sobre o quanto pagará em 2015 aos seus diretores e conselheiros. Parte desses cargos é ocupada por integrantes do PSDB, partido do governador de São Paulo,Geraldo Alckmin.

Na proposta da administração da companhia para 2015, a Sabesp primeiro informa que não aumentará o valor das remunerações de seus diretores e conselheiros. O valor previsto para 2015, R$ 4,25 milhões, seria idêntico ao de 2014.

Cerca de 150 páginas à frente, entretanto, a Sabesp indica que haverá, sim, aumento, como o iG  antecipou. O valor total programado para o exercício de 2015, nessa parte do documento, é de R$ 4,54 milhões, ou 6,7% a mais. O índice é equivalente à inflação acumulada de março de 2014 a fevereiro 2015, e um aumento superior aos de 2013 e 2012.

“Em princípio, deveria bater”, diz um analista de mercado que acompanha empresas de saneamento sob condição de anonimato.

A remuneração foi debatida na assembleia geral ordinária realizada pela Sabesp em 30 de abril. A ata desse encontro foi divulgada na última terça-feira (12). No documento, a companhia informa que  remuneração mensal de cada diretor será de R$ 20,6 mil em 2015, e de 30% e 20% desse valor para cada integrante dos conselhos de administração e fiscal, respectivamente.

O salário de R$ 20,6 mil é igual ao que foi previsto para 2014, o que indica que a Sabesp abriu mão do reajuste. Mas, como o valor não inclui gratificações e o número de diretores e conselheiros pode variar ao longo do ano, não é possivel saber quanto, de fato, será gasto com os diretores e conselheiros em 2015.

A confusão levou a CVM a notificar a Sabesp nesta semana para pedi esclarecimentos, segundo o iG apurou. Procurada, a comissão informou por meio de nota não comentar casos específicos, mas que acompanha e analisa as informações prestadas pelas companhias e toma as medidas cabíveis quando necessário.

A partir das informações prestadas pela Sabesp, a CVM pode obrigar a companhia prestar esclarecimentos ao mercado, se entender que de fato há problemas na forma como foram divulgados os dados de remuneração.

O desencontro de informações não é algo muito comum.

“É mais comum a omissão do que uma informação distorcida”, afirma o diretor administrativo e integrante da comissão de recursos humanos do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), Henri Vahdat, ressalvando que não falava sobre o caso específico da Sabesp.

Controlada pelo governo paulista, que detém pouco mais de 50% das ações, a Sabesp abriga em cargos de direção diversos integrantes do PSDB, partido que comanda o Estado há 24 anos.

Entre eles estão Manuelito Pereira Magalhães Júnio, atual diretor de Gestão Corporativa, o ex-governador Alberto Goldman e o ex-prefeito de Franca, Sidnei Franco da Rocha, ambos na condição de membros do conselho de administração. Também integra esse órgão Francisco Vidal Luna, que foi secretário de planejamento do tucano José Serra (2007-2010).

Salários estão entre os mais baixos, diz presidente

Aplicar à remuneração dos administradores um reajuste que compense a inflação é uma prática comum entre as companhias abertas. A questão é a aplicação desse reajuste em meio às dificuldades enfrentadas pela companhia, poupando os diretores e conselheiros de uma crise prejudicial aos acionistas e clientes da empresa.

O lucro da Sabesp caiu 53% em 2014, mesmo desconto que será aplicado aos juros e dividendos pagos aos acionistas. Já os consumidores, que têm sofrido com recorrentes faltas de água, terão de arcar com uma tarifa 15,24% maior a partir do mês que vem, além de atrasos em investimentos.Vahdat, do IBGC, lembra que a crise econômica enfrentada pelo País também deve restringir os ganhos de companhias abertas neste ano.

“Tudo leva a crer que as empresas estarão mais cautelosas e vão tratar do assunto com mais austeridade”, afirma.

O presidente da Sabesp, Jerson Kelman, argumenta que os salários dos diretores da companhia são baixos em relação aos pagos por outras empresas de saneamento de grande porte.

“Essa é uma discussão que emociona a população porque, quando falamos de um salário de R$ 20 mil, talvez com um bônus de mais R$ 6 mil, é muito quando comparado com a renda média da população”, disse Kelman na última quarta-feira (13), durante depoimento na Câmara Municipal de São Paulo. “Quando comparado com a renda média da população é bom, mas não é nada exorbitante, pelo contrário,quando se compara com o que acontece no setor.”

 

Fonte: IG

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