O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) prevê para o período de 2014 a 2016 investimentos em infraestrutura que somam R$ 368 bilhões, principalmente em logística. Outras áreas importantes são saneamento, telecomunicações e energia, afirmou o presidente do banco, Luciano Coutinho, nesta quarta-feira (18).
Em logística, a expectativa de investimento, segundo o BNDES, é de R$ 114 bilhões no período, com R$ 27 bilhões em saneamento, R$ 93 bilhões em telecomunicações e R$ 134 bilhões em energia elétrica, segundo o banco.
“Os investimentos em energia permanecem em patamares altos, os leilões foram exitosos, e esperamos uma aceleração nos investimentos de transportes urbanos. São investimentos que exigem crédito de longo prazo, com maturidade superior a 15 anos, com média em torno de 20 a 25 anos, são investimentos de longa duração“, disse.
Perspectivas para a economia
A perspectiva da economia é um terceiro trimestre com melhor desempenho fechando o ano com bom resultado e preparando um bom cenário para 2014, segundo Coutinho. Ele explicou que a inadimplência do sistema bancário já se ajustou para níveis mais baixos permitindo a retomada do crédito privado e espera em 2014 a aceleração do crédito pelos bancos privados, principalmente em operações de investimento em parceria com bancos públicos, a partir do mercado de debêntures para infraestrutura que possam avançar em 2014.
“A recuperação da economia dos Estados Unidos em 2014 vai permitir, junto com um câmbio mais estimulante, alguma recuperação da exportação brasileira, principalmente a industrial“, disse.
Coutinho afirmou que sucesso dos leilões de concessões em 2013 totalizam investimentos adicionais de R$ 31 bilhões, “sem falar no leilão do campo de Libra, o primeiro do pré-sal, com impactos de uma década na cadeia de óleo e gás”.
Houve forte recuperação do consumo de bens de capital, que se traduz em números do crescimento da indústria, os bens de capital se revelaram os principais puxadores da economia em 2013, mais do que o consumo.
O desafio é recuperar investimentos na petroquímica, segundo Coutinho. A cadeia de petróleo e gás tem grandes investimentos e representa um cenário importante para a cadeia de suprimentos.
Desembolsos
Os desembolsos do banco devem ficar em R$ 190 bilhões em 2013, 22% a mais do que em 2012, segundo o presidente do banco, Luciano Coutinho. A expectativa de aprovações, enquadramentos e consultas recuou em relação a 2012, respectivamente 14%, 11%, e 10%.
Com uma estimativa de desembolso de R$ 18 bilhões, acréscimo de 59% em relação a 2012, Luciano Coutinho ressalta a recuperação da agropecuária.
Até novembro, 35% dos desembolsos do banco foram para as micro, pequenas e médias empresas, dado que Coutinho ressalta como muito positivo. “É um impacto importante na base empresarial brasileira“, disse.
Os desembolsos em inovação tecnológica, “uma atividade nobre”, segundo Coutinho, superou as expectativas do banco e já soma R$ 4 bilhões em 2013.
Coutinho afirmou que os desembolsos do banco deverão ser menores em 2014. “Ao reduzir as aprovações no últimos meses, isso vai refletir no ano que vem. É a constatação que a escala de atividade do banco vai ser moderada. Esperamos que o mercado privado ajude a financiar o investimento. As medidas em curso de controle das condições fiscais, e o suporte ao investimento produzirão resultados satisfatórios para manter grau de investimento do Brasil’, disse.
Melhores condições
O BNDES revisou as condições oferecidas em seus financiamentos para impulsionar investimento em sintonia com as prioridades do governo, de maneira mais ágil e simplificada, anunciou Coutinho. O detalhamento das novas regras que envolvem taxas de juros e nível de participação deve ser feito no início de janeiro, segundo o presidente do banco.
Na área de infraestrutura, as melhores condições são oferecidas para logística e energia, com custos financeiros reduzidos e maior nível de participação. Essas condições também atingem o saneamento e a mobilidade urbana, anunciou o banco.
Na indústria, as prioridades serão a produção de bens de capital, setores intensivos em engenharia e conhecimento e economia criativa.
No primeiro semestre, os desembolsos do BNDES atingiram R$ 88,3 bilhões no primeiro semestre, um crescimento de 65% em relação a igual período do ano passado e o melhor desempenho obtido pelo banco em sua história. As micro, pequenas e médias empresas ficaram com 37% das liberações.
Fonte: G1
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