A ampliação do bônus para consumidores da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) deverá gerar um impacto financeiro de cerca de R$ 800 milhões no orçamento da empresa, afirmou nesta terça-feira, 1º, o governador Geraldo Alckmin (PSDB), durante vistoria a obras do Metrô, na zona sul da capital paulista.
A extensão do benefício foi anunciada ontem pelo governo e passa a valer hoje em 31 cidades da Grande São Paulo diretamente abastecidas pela Sabesp.
“Mas isso só vai saber de acordo com o período que o bônus ocorrerá”, disse o tucano. “Mesmo lá na frente, quando acabar o bônus, continua uma cultura racional da água, que é muito importante.”
Segundo ele, não necessariamente a Sabesp deixará de fazer investimentos para garantir o contingenciamento em decorrência do bônus. “Não precisa ser só investimento. Você pode reduzir custeio, você tem N formas de redução. O importante é o estímulo para a população fazer o uso racional da água e com isso vamos conseguir superar essa que é a maior estiagem dos últimos 84 anos da região sudeste do Brasil.”
Na segunda-feira, 31, o Estadão.com.br antecipou que a Sabesp cortou R$ 700 milhões das despesas previstas para 2014 em função da crise hídrica no Estado.
Presidente da Sabesp diz que condomínios residenciais são os que menos economizam água
Por Jovem Pan
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O programa de desconto na conta de água será ampliado para 31 cidades da Grande São Paulo atendidas pela Sabesp. Desde fevereiro, o bônus valia em 11 municípios, incluindo a capital, em locais abastecidos pelo Cantareira.
O sistema voltou a atingir, nesta segunda-feira, o volume mais baixo da história: 13,4%. O programa de bônus dá desconto de 20% nas tarifas para quem economizar 30% de água.
No total, 37% da população de São Paulo conseguiram o benefício, desde o começo do período de seca.
O governador Geraldo Alckmin afirmou que a redução é alta, mas alertou que uma parcela dos clientes da Sabesp aumentou consumo.O volume do Alto Tietê, citado pelo governador, está em 37,3%, caiu 11% desde fevereiro, quando começou a ser usado para compensar o Cantareira.
Em entrevista a Thiago Uberreich, a presidente da Sabesp, Dilma Pena, destacou que os condomínios residenciais são os que menos economizam água.
“A maioria (dos prédios) tem um único micromedidor e as pessoas não têm um contato direto com a fatura da água”, explica Dilma. “É uma explicação, mas não é uma justificativa”, argumenta. “Todos sabem que nós estamos passando por um evento crítico inédito na história de São Paulo”, tenta conscientizar a população.
Ela lembrou ainda que estão sendo feitos estudos para o uso da água do Rio Grande que nasce em Minas, mas corta São Paulo. Nessa semana, técnicos do estado vão ao Rio de Janeiro com objetivo de discutir a captação do Paraíba do Sul.
Em meio à seca em São Paulo, a Sabesp reprogramou os investimentos de 2014 e vai cortar R$ 700 milhões do orçamento neste ano.
O objetivo é se concentrar na garantia de abastecimento de água na maior estiagem atravessada pela região metropolitana.