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Brasil precisa de R$ 22 bilhões para evitar escassez de água

A maior parte dos entraves no abastecimento urbano do país está relacionada com a capacidade dos sistemas de produção, impondo alternativas técnicas para a ampliação das unidades de captação, adução e tratamento.

Incertezas e riscos resumem os efeitos gerados pela crítica situação do abastecimento de água na principal metrópole brasileira, afligindo empresários e moradores de São Paulo e região Metropolitana, que passaram a monitorar a queda nos níveis dos principais reservatórios do Estado. O alerta não é novo e tem sido pauta de discussões entre Organizações Não Governamentais, gestores públicos e pesquisadores. O fato é que se investimentos aponta- dos como necessários pelos levantamentos existentes não forem planejados e executados de forma ágil, é possível que a realidade hoje vivenciada no Sudeste avance no mapa brasileiro. Sem projeções precisas e um plano atual e consolidado de consumo a longo prazo, restará apenas o olhar contemplativo nos reservatórios e rezar para que as chuvas sejam suficientes para repor as reservas.
O consumo consciente é uma necessidade, mesmo em tempos de fartura. Mas outros fatores contribuem com a “crise da água”, como a maior demanda de alimentos, a rápida urbanização e as mudanças climáticas. O certo é que, frente à atual situação, é necessário repensar por completo a gestão da água, conclui o relatório lançado no Fórum Mundial da Água de 2012 em Marselha pelo então presidente da ONU-Água, Michel Jarraud, e pela diretora-geral da Unesco, Irina Bokova.
No Atlas disponibilizado pela Agência Nacional das Águas (ANA), 3.059, ou 55% dos municípios que respondem por 73% da demanda por água do país, precisam de investimentos prioritários que totalizam R$ 22,2 bilhões. As obras nos mananciais e nos sistemas de produção são fundamentais para evitar déficit no fornecimento de água nas localidades pesquisadas e que em 2025 vão concentrar 139 milhões de habitantes, representando 72% da população.
OBRAS ERAM PARA 2015
Há uma década, a meta apresentada no Atlas da ANA 2004 já apontava para a necessidade de as obras serem concluídas até 2015 para garantir a eficiência do abastecimento. Segundo o Instituto Trata Brasil, o acanhado saneamento básico nas principais cidades brasileiras compromete a universalização da água nos próximos 20 anos.
Em um levantamento elaborado pelo Instituto para atualizar o Ranking do Saneamento Básico, com base nos dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), foi revelado que os avanços nos serviços e a redução das perdas de água continuam lentos, comprometendo a tão sonhada universalização.
Segundo a Trata Brasil, é preciso haver um maior comprometimento dos governos federal, estaduais e municipais. A média de atendimento da população com água tratada nos 100 maiores municípios foi de 92,2%. Embora seja superior à média brasileira em 2012, que foi de 82,70%, apenas 22 municípios contam com 100% de atendimento de água, ou seja, já são universalizados neste quesito. Os principais desafios estão nas cidades de Jaboatão dos Guararapes (55,29%), Santarém (45,78%), Macapá (39,99%), Porto Velho (32,89%) e Ananindeua (27,2%).
O presidente do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos, considera que o abastecimento de água potável foi o indicador que mais avançou historicamente no Brasil, mesmo assim, cerca de 35 milhões de brasileiros ainda não têm acesso à água tratada. “Temos expectativa de que os investimentos aumentem, até porque em 2013 o valor passou, finalmente, dos R$ 10 bilhões / ano, e isso é bom”, avaliou o presidente, e acrescentou que está longe de ser batida a meta de R$ 15 bilhões/ano.
A previsão para o Brasil é de que, em 2025, um terço da população não tenha água. Édison Carlos sugere uma maior participação do setor privado no saneamento, seja pelas concessões que aumentam no país ou via PPPs. ”O setor de saneamento está avançando, mas ainda num ritmo pequeno quando comparado aos enormes desafios. Mais preocupante do que o avanço lento é ele ser desigual”, apontou.
Dono do maior potencial hídrico do planeta, o Brasil, neste ano, enfrentará cortes de abastecimento de água em 55% dos municípios. O diagnóstico está no Atlas Brasil – Abastecimento Urbano de Água, da Agência Nacional de Águas (ANA). O levantamento revela que entre os mais afetados estão grandes cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Belo Horizonte, Porto Alegre e o Distrito Federal
Fonte: http://www.aciucdl.com.br/index_noticias.php?Pg=LerNot&Id=932
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