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Copasa investirá até R$ 650 milhões em obras em 2018

Quando assumiu o comando da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) no início do governo Pimentel, a engenheira civil Sinara Inácio Meireles enfrentou a escassez hídrica na Região Metropolitana de BH, evitou o racionamento de água e um severo abalo nas finanças da estatal e, agora, busca solução para regiões em que, historicamente, a falta d’água sempre foi um transtorno, especialmente no Norte de Minas. 

Com obras de esgotamento sanitário e em sistemas de água para complementar estruturas já existentes no Estado, Sinara tem um plano de investimentos de R$ 600 milhões a R$ 650 milhões para 2018.

Parte dos recursos é da empresa, e parte, de financiamentos. “Estamos estruturando algumas operações de crédito, algumas debêntures (título de dívida que gera um direito de crédito ao investidor)”, explicou Sinara, que ainda tem um pleito de R$ 500 milhões em seleção do Ministério das Cidades. Para emitir debêntures, a operação começou a ser estruturada neste ano e deve ser finalizada entre janeiro e fevereiro de 2018, no valor de R$ 300 milhões.

“Nossos investimentos em 2018 estão relacionados, principalmente, a sistemas de esgotamento sanitário aonde ainda temos um déficit para atendimento, um passivo grande que ainda não conseguimos colocar totalmente em dia e alguns sistemas de abastecimento de água, como a obra que vai melhorar as condições e garantir o abastecimento em Montes Claros, que é uma adutora de 56 km com perspectiva de ser terminada no meio do ano de 2018”, contou Sinara, durante evento do Sicepot-MG, que reuniu empresas da construção pesada em Belo Horizonte.

Atualmente, a Copasa atende 635 municípios de Minas com abastecimento de água e 300 municípios com serviços de água e esgoto sanitário. “Temos mais ou menos 12 milhões de mineiros atendidos pelo sistema Copasa”, calculou. Para aumentar a presença no Estado, Sinara disse que tem feito um grande esforço para equacionar alguns contratos de concessão que estavam vencidos e estão sendo negociados com os prefeitos. “Estamos finalizando importantes concessões que estavam numa situação de negociação e temos sido procurados por muitos prefeitos querendo, em alguns casos, que a Copasa assuma a água e o esgoto e, em outros casos, em que a Copasa já é concessionária de água, solicitando estudos da empresa para que ela também possa assumir o sistema de esgotamento sanitário”, comemorou.

Norte de Minas

Licitação. A Copasa está colocando uma licitação para contratação dos projetos de desenvolvimento depois de ter feito um estudo do semiárido mineiro abrangendo 131 municípios do Estado.

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Gestora defende execução de serviços compartilhada

Os discursos de privatização de empresas como Cemig e Copasa, que já tomam conta do debate político, não têm o apoio da diretora-presidente da Copasa, Sinara Meireles. Para ela, o papel do Estado de prover a população com serviços de saneamento é fundamental. “A Copasa tem condição de dar apoio em algumas circunstâncias a municípios que não são do sistema porque, por ser uma empresa estatal, temos condições de interagir melhor com o Estado e buscar prover soluções de forma mais rápida, mais eficaz”.

Sinara lembrou ainda do subsídio cruzado para as tarifas do serviço de saneamento. “Se tem os sistemas pensados isoladamente por municípios ou por grupos de municípios, a variação tarifária pode inviabilizar o subsídio cruzado e, com isso, alguns sistemas começam a ficar muito deficitários do ponto de vista de condição de serem operados”, alertou.

Sinara disse que o mercado tem visto a reversão de sistemas privatizados de saneamento em vários locais do mundo que agora voltam para o poder público. “Então, acreditamos que é possível uma parceria com o poder privado, é possível ter arranjos em que o privado possa atuar compartilhadamente com o poder público, mas a gestão fundamentalmente tem que ser estatal. E o compartilhamento da execução de serviços, achamos absolutamente possível, viável e até necessário em muitos casos”, defendeu.

Perspectivas

– A diretora-presidente da Copasa, Sinara Meireles, contou que o ano de 2015 foi, praticamente, todo dedicado a conceber, projetar e implementar a obra de captação do rio Paraopeba. “Com isso, conseguimos contornar e evitar o racionamento de água na capital e em vários municípios da região metropolitana”, disse.

– Sinara lembrou que esse primeiro momento foi difícil porque a Copasa precisou fazer intensas campanhas solicitando que as pessoas reduzissem o consumo de água, e isso abalou severamente as finanças da empresa que já vinham sendo comprometidas desde antes. “Agora, estamos numa situação bem mais confortável do ponto de vista financeiro”, afirmou.

Fonte: O Tempo

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