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Crise da água se agrava, e Sabesp congela investimentos

Em meio ao risco de falta de água, a Sabesp anunciou o congelamento de R$ 700 milhões de seu plano de investimentos para este ano

Sabesp corta investimentos para compensar desconto a consumidor

Para evitar racionamento, governo estende a 31 cidades da Grande SP bônus para quem economizar

Perda de receita com os descontos obrigou empresa a rever os investimentos; chuvas não devem ajudar

Com a expectativa frustrada pelas águas de março e o início da temporada mais seca do ano, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou a ampliação do programa que dá bônus na conta de água de quem economizar seu consumo, como antecipou a coluna “Painel”, da Folha.

No mesmo dia, a Sabesp revelou a suspensão de R$ 700 milhões do seu plano de investimentos para este ano.  Esses recursos servirão para atenuar os prejuízos causados pela crise de abastecimento da Grande São Paulo.

A partir de hoje, toda a capital e mais 30 municípios da região metropolitana terão acesso ao benefício, que dá 30% de desconto na conta de quem reduz em 20% seu consumo de água.

Antes restrito aos 9 milhões de usuários do sistema Cantareira, o desconto passa a atingir 17 milhões de pessoas.

A Sabesp e o governo não informaram a estimativa do impacto que o bônus terá sobre sua receita anual.

“Tivemos uma excelente resposta dos consumidores.  Conseguimos uma economia de 4,1 m³/s e por isso estenderemos o bônus”, disse Alckmin.  Com a ampliação, a expectativa da Sabesp é que se economizem 6 m³/s.

ELEIÇÃO

A medida faz parte de uma estratégia do governo para evitar o racionamento ao menos até outubro –mês em que ocorrem as eleições e, historicamente, a volta das chuvas.

Para especialistas, a expansão do bônus, apesar de positiva, não evita o risco de racionamento.  “Pela situação do Cantareira, deveríamos estar em rodízio desde dezembro.  Esperou-se pela chuva e ela não veio”, afirmou Antonio Carlos Zuffo, professor de engenharia da Unicamp.

Ele diz que a única chance de evitar o desabastecimento da região é bombear a água do fundo dos reservatórios, o volume morto, obra que só deve ficar pronta no fim de junho.

“Qualquer coisa que atrasar essa obra uma ou duas semanas, parte da Grande São Paulo vai ficar sem água.”

Se não chover acima da média, estima Zuffo, o nível do Cantareira chegará a zero até dia 26 de junho.

A partir de abril, as precipitações deverão ser ainda menores.  Por mais que chova além da média, a chuva não será suficiente para recuperar o nível do sistema.

De acordo com os institutos de meteorologia, os meses de inverno terão chuvas normais para o período.

A crise da água deve provocar impacto financeiro de ao menos R$ 1 bilhão (valor superior aos gastos do estádio do Itaquerão), segundo estimativa feita pela Folha a partir de dados do Estado.  Com ampliação da política de bônus, esse valor deve subir.

Fonte: PORTAL FGV NOTÍCIAS

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