O Fundo Amazônia, que já investiu R$ 2,5 bilhões em projetos para redução do desmatamento da Amazônia Legal, deverá ter a aprovação de seus principais doadores — Noruega e Alemanha — para prorrogar o prazo de aplicação dos recursos de 2020 para 2030. Em reunião anual do Fundo realizada nos últimos dias 26 e 27 de outubro em Oslo, o BNDES, gestor do fundo sob coordenação do Ministério do Meio Ambiente, recebeu sinalização positiva para iniciar os procedimentos de formalização para extensão do prazo. Com a garantia da renovação, o banco, poderá apoiar projetos com prazos de maturação maiores.
Na mesma reunião, os países doadores confirmaram novas injeções de recursos no Fundo, de US$ 600 milhões (R$ 1,9 bilhão) da parte da Noruega e € 100 milhões (R$ 348 milhões) da Alemanha.
— Os resultados da reunião demonstram o reconhecimento, pelos doadores, do compromisso da nova direção do BNDES com a sustentabilidade, manifestado não só no trabalho de gestão do Fundo Amazônia, mas também nas novas políticas de financiamento para projetos de energia elétrica de baixo carbono, universalização do saneamento e mobilidade urbana — diz Marilene Ramos, diretora de Infraestrutura e Sustentabilidade do BNDES.
Em busca do aumento do número de doadores, o Fundo Amazônia deverá realizar em 2017 em Berlim uma nova edição do “Amazon Day”, encontro com investidores para atração de novos doadores, como fez em Londres em 2015. Também está sendo articulado o credenciamento do Fundo junto ao Green Climate Fund (GCF), fundo das Nações Unidas que tem meta de investir US$ 100 bilhões (R$ 318 bi)em iniciativas de economia verde para redução de emissões.
DINHEIRO PARA FISCALIZAÇÃO
Ainda na reunião, os doadores ratificaram o uso de recursos do Fundo para o financiamento de infraestrutura logística para fiscalização contra o desmatamento na Amazônia. A inciativa prevê uma ação coordenada entre governo federal e estados no reforço das atividades de combate ao desmatamento. O Brasil estabeleceu a meta de reduzir o desmatamento anual para 3.900 Km² até 2020. Em 2015, a taxa foi de 6.200 Km². Neste sentido, o BNDES assinará no próximo dia 3 acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no valor de R$ 56 milhões para que o órgão aumente a presença em campo da fiscalização com carros e helicópteros.
Fonte: O Globo