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Governo reduzirá empréstimos via BNDES devido a ajuste fiscal

O ajuste fiscal vai fazer o governo destinar menos recursos para empréstimos via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES). O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, já disse que o banco de fomento precisa dar espaço para que o setor privado participe mais do financiamento da produção e do investimento no Brasil. Algumas alternativas começam a ser estruturadas dentro do banco.

Já está na rua um ensaio desses novos instrumentos: o primeiro fundo de investimento em debêntures (títulos de dívidas) de infraestrutura, que tem a possibilidade de atrair capital privado para o setor. Com R$ 1 bilhão, o fundo vai agregar 11 projetos que há um ano e meio emitiram debêntures.

O BNDES vem comprando esses papéis há um ano e meio – de segmentos como geração e transmissão de energia, rodovias e aeroportos. Agora está finalizando a criação de um pacote para pôr à venda para investidores institucionais, em geral, fundos de pensão que precisam de papéis de longo prazo para garantir rendimentos aos seus associados. Em 2014, o setor de infraestrutura levou R$ 68,9 bilhões do banco.

Esse fundo ainda não tem prazo para ir ao mercado por causa do atual cenário de incertezas e turbulências na economia. E também dos juros, que tornam esses papéis menos atrativos em relação à renda fixa, que paga a taxa Selic, atualmente em 12,75% ao ano. O Bradesco BBI e BTG Pactual farão a coordenação e estruturação da oferta pública de cotas desse fundo.

Já foram emitidas debêntures de 33 projetos que somaram R$ 10,578 bilhões, mas o BNDES só comprou R$ 1,038 bilhão de 11 projetos. A equipe econômica ainda não deixou claro como vai conseguir reduzir a participação do banco na economia, num cenário de confiança em baixa e taxas de juros em alta.

Em entrevista ao jornal O Globo, há dez dias, Levy afirmou: “A boa notícia é que há muitos fundos de investimento e fundos de pensão brasileiros que já se acostumaram a comprar dívida de cinco, dez e até 15 anos. Eles vão querer mais desses ativos, assim que a economia começar a se estabilizar.

Os estrangeiros também, especialmente se refinarmos alguns instrumentos e desenharmos outros. O BNDES pode, portanto, ajudar a ampliar a oferta desses ativos, se construir uma nova parceria com os mercados de capital”.

 

Fonte: Correio 24 hs

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