Estudo realizado para a Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (ABCON) revela que Mato Grosso precisará investir R$ 17 bilhões em saneamento básico até 2033, cerca de R$ 1,2 bilhão por ano.
Esse valor é necessário para obras de ampliação, extensão de redes, adutoras, construção de estações de tratamento de água e esgoto, elevatórias, reservatórios, ligações de água, cisternas, poços artesianos, redes coletoras de esgoto, coletores-tronco, ligações de esgoto e tanques sépticos. O objetivo do estudo é atender às metas de universalização do Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab). A pesquisa foi realizada pela empresa KPMG.
Segundo a pesquisa da KPMG, o Brasil precisa de um investimento de R$ 497 bilhões para os próximos 14 anos para universalizar o saneamento no país, ou R$ 35,5 bilhões ao ano. Os valores são mais de três vezes o investimento realizado em 2017 (R$ 10,9 bilhões, segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, SNIS).
Se forem considerados os custos para compensar a depreciação de ativos, o investimento total no saneamento chega a R$ 700 bilhões, ou cerca de R$ 50 bilhões/ano (cinco vezes a média investida por todo o setor nos últimos anos).
Considerando todos os estados da região Centro-Oeste, o investimento necessário é de R$ 51,6 bilhões. A região sudeste é a que demandará mais investimentos sendo R$ 175 bilhões para o período, seguida do Nordeste com R$ 135 bilhões.
Investimento por licitações
Uma alternativa para expandir o investimento no setor é contar com mais recursos privados. A Medida Provisória 868, que estabelece um novo marco legal para o saneamento e induz ao investimento no setor por meio de licitações e diretrizes federais de regulação, deve entrar em votação durante esta semana. O prazo máximo para a aprovação da MP 868 é o dia 3 de junho.
Outro estudo, realizado pelo Instituto Trata Brasil, mostra que o país deixa de gerar R$ 1,2 trilhão em benefícios econômicos e sociais ao deixar de investir o necessário na infraestrutura de água tratada e esgotamento sanitário.
Procurada, a concessionária Águas Cuiabá, que atua na capital do Estado informou que ” o município de Cuiabá receberá, até o ano de 2024, R$ 1,2 bilhão em investimentos no saneamento básico. O valor será destinado, em sua maior parte, à ampliação e melhorias no sistema de esgotamento sanitário, reposicionando a Capital mato-grossense no cenário nacional e a colocando entre as capitais mais saneadas do país. O valor do investimento total está distribuído em R$ 300 milhões para melhorias no sistema de produção e distribuição de água e R$ 900 milhões para mudanças radicais nos sistemas de esgotamento sanitário, investindo em quatro grandes estações de tratamento de esgoto e eliminando 52 ETEs que estão dispersas na cidade.
Melhorias
Resultado da primeira fase de obras e melhorias, o município saltará, até o final deste ano, para 61% de coleta e tratamento de esgoto, praticamente dobrando o índice de tratamento na comparação com 2017 – ano em que a empresa Águas Cuiabá assumiu a prestação de serviços. Conforme determina o Contrato de Concessão, até o ano de 2024 Cuiabá passará a contar com 91% de coleta e tratamento de esgoto. No que se refere ao abastecimento de água, os esforços se concentram em garantir a continuidade, em regime 24 horas. Em algumas localidades, o fornecimento ainda ocorre de forma intermitente, situação a ser modificada em consequência das obras de ampliação e melhoria do sistema, além da construção de uma nova estação de tratamento de água, a ETA Sul, que entrará em operação no segundo semestre de 2019.
Todo este trabalho trará para a capital melhor qualidade de vida, saúde e meio ambiente, com foco no desenvolvimento sustentável”.