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Mercadante diz que Governo aumentou esforços para aprovar ajuste fiscal

O ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, afirmou nesta segunda-feira (25) que o governo “intensificará esforços” nesta semana para garantir a aprovação, no Congresso Nacional, das medidas provisórias que promovem um ajuste fiscal nas contas da União. Mercadante concedeu uma coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, ao lado do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ao final de uma reunião do grupo de coordenação política do governo federal com a presidente Dilma Rousseff. Levy aproveitou a entrevista para negar supostas divergências em torno do tamanho do corte no Orçamento deste ano.

No dia 1º de junho, duas medidas provisórias que alteram o acesso da população a benefícios trabalhistas e previdenciários irão perder a validade caso o Senado não conclua a análise dos textos. As MPs já foram aprovadas pela Câmara, mas ainda precisam ser apreciadas pelos senadores. A previsão é de que o Senado inicie, nesta terça (26), a votação da medida provisória que muda as regras do seguro-desemprego, a chamada MP 665.
“Resumindo, tomamos algumas decisões [na reunião desta segunda da coordenação política].

A primeira é intensificarmos os esforços para a aprovação do ajuste fiscal. No Senado, temos três MPs a serem aprovadas esta semana, todas elas tratando do tema do ajuste fiscal. E, na Câmara, estamos também intensificando os esforços do governo, dialogando com liderenças para a parovação da desoneração da folha de pagamentos”, relatou o ministro da Casa Civil.

Na opinião do ministro da Fazenda, as “delongas” em torno do ajuste fiscal não favorecem a retomada do crescimento da economia brasileira (assista ao vídeo ao lado). De acordo com o comandante da economia, as empresas do país entendem a necessidade de ajuste fiscal para a retomada da confiança e de um ritmo sustentado de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

“Tenho viajado a vários lugares do Brasil e o que a gente tem percebido junto às empresas e ao setor produtivo é que eles entenderam a necessidade do ajuste, se prepararam com a apresentação clara que temos feito desde o incio do ano e estão prontos, querem avançar”, ponderou o titular da Fazenda.

Mercadante disse que o grupo de coordenação política do governo decidiu nesta segunda-feira criar uma comissão para discutir assuntos relacionados à rotatividade no mercado de trabalho, além de temas ligados à terceirização e à previdência social. O grupo, informou o petista, será composto por ele e pelos ministros Joaquim Levy, Carlos Gabas (Previdência), Ricardo Berzoini (Comunicações) e Nelson Barbosa (Planejamento).

Divergências no corte

Em meio à coletiva desta segunda-feira, o ministro da Fazenda foi questionado por jornalistas sobre o motivo de ele não ter comparecido, na última sexta, da entrevista de anúncio do corte no Orçamento de 2015. A assessoria da pasta alegou que Levy não participou do ato porque estava gripado. Na ocasião, coube ao ministro do Planejamento detalhar a tesourada do governo federal.

A ausência de Levy na entrevista da semana passada gerou rumores em torno de um suposto desentendimento entre ele e o colega do Planejamento por causa do tamanho do corte orçamentário.

Ao responder ao questionamento, Joaquim Levy disse que não houve divergência entre ele e Nelson Barbosa. Ele chamou as especulações sobre sua ausência na entrevista de “alvoroço”.

“Não houve divergência nem nada. Eu estava gripado ou resfriado. Não tinha nenhuma divergência, não tinha nada.

Houve certo alvoroço em cima disso [ausência] e eu não entendi o porquê, até porque eu expliquei o que estava acontecendo, mas é dado o direito a todo mundo de se alvoroçar”, ironizou.

No momento em que atribuia sua ausência no evento da semana passada a uma gripe, Levy tossiu. Imediatamente, os jornalistas que cobriam a entrevista e até mesmo o chefe da Casa Civil começaram a rir.

O ministro da Fazenda também foi indagfado sobre se chegou a cogitar deixar o governo em razão dessas supostas divergências internas com colegas do primeiro escalão. Levy se limitou a dizer que não pensou em pedir demissão.

Dissidências na base

Ao comentar a expectativa do Palácio do Planalto para a votação das MPs no Senado, Aloizio Mercadante disse esperar o apoio da base governista na Casa durante a análise do texto. Segundo o chefe da Casa Civil, o PMDB, principal aliado do PT no governo federal, será “muito importante” na votação das medidas provisórias.

Mercadante destacou que o líder do PMDB na Câmara, deputado Leonardo Picciani (RJ), é o relator do projeto da desoneração da folha de pagamento das empresas.

Sem mencionar nomes ou partidos, o ministro da Casa Civil “lamentou” o que ele classificou de “pequenas dissidências” na base aliada em torno dos projetos do ajuste fiscal.

“Eu lamento as pequenas dissidências. A fidelidade partidária e o respeito à maioria são muito importantes. Mas na democracia é assim. As pessoas às vezes têm posições diferentes”, enfatizou.

‘Correções’ no sistema

O chefe da Casa Civil defendeu as ações propostas pelo governo para reequilibras as finanças públicas, ressaltando que as “correções” são necessárias e “justas” (veja ao lado). Na opinião dele, as MPs não retiram direitos dos trabalhadores, e sim corrigem supostas distorções no sistema previdenciário.

Conforme o petista, o país precisa de uma cultura na qual as pessoas cresçam na vida “trabalhando”. “Temos que criar cultura em que pessoas cresçam na vida trabalhando (…) E não a ideia de que eu ganho mais quando saio do trabalho”, afirmou.

 

 

 

Fonte: G1

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