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BNDES é afetado por crise em Petrobras e perde R$ 2,6 bilhões

Brasília – O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) teve perdas de R$ 2,6 bilhões com a Petrobras. Contudo, a instituição contrariou a auditoria KPMG e lançou apenas R$ 1 bilhão no balanço divulgado ontem. O resultado financeiro do BNDES, que teve lucro líquido de R$ 8,594 bilhões em 2014, teria sido menor se o prejuízo com as ações da petroleira tivesse sido computado na sua integralidade. De acordo com os números apresentados, o lucro líquido de 2014 foi 5,4% maior do que em 2013, quando somou R$ 8,150 bilhões.

O chefe do Departamento de Contabilidade do BNDES, Carlos Frederico Rangel, explicou que o banco respeitou a resolução 4.175 do Conselho Monetário Nacional (CMN) de 2012. “O órgão determina, somente ao BNDES, que as perdas observadas em investimentos de ações que entram por meio de capitalização não podem ser transferidas para o resultado”, disse. Isso quer dizer que o banco só pode colocar no balanço as perdas com ações compradas da Petrobras, no montante de R$ 1 bilhão.

Rangel destacou que o banco percebeu a perda de valor de mercado das ações e realizou uma análise qualitativa do investimento. “Fazemos a avaliação da carteira trimestralmente para avaliar se há algum sinal de ‘não recuperabilidade’ dos investimentos. Como verificamos que havia perda de R$ 2,6 bilhões, esse montante foi colocado na conta de desvalorização do patrimônio líquido. Lá, está claro. Nos resultados, temos essa limitação determinada pelo CMN, por isso, no balanço foi reconhecido o valor relativo só às ações compradas pelo banco, de R$ 1 bilhão, e não dos papéis adquiridas como aumento de capital”, ressaltou.

Na Justiça

Os ex-presidentes da Petrobras Graça Foster e José Sérgio Gabrielli e outras 15 pessoas, entre eles, o ex-diretor financeiro da estatal Almir Barbassa, foram citados como réus na ação coletiva conduzida nos Estados Unidos contra a companhia. Apesar de os nomes da presidente Dilma Rousseff e do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega também aparecerem no processo, como pessoas de interesse, eles não foram indicados como réus.

O documento com os nomes dos acusados foi submetido à Corte do Distrito Sul de Nova York ontem, apresentado pelo escritório de advocacia Pemerantz, representante do Universities Superannuation Scheme (USS), maior fundo de pensão da Grã-Bretanha. O USS foi escolhido como líder do processo pelo juiz federal da Corte de Nova York, Jed Rakoff, no início de março.

A auditoria independente PricewaterhouseCooper (PwC), responsável pela assinatura dos balanços financeiros da petrolífera também é acusada pela ação coletiva, que ainda inclui entre os réus duas subsidiárias internacionais da Petrobras e seus executivos. A principal acusação é que todos os envolvidos promoveram “um esquema multibilionário de corrupção e lavagem de dinheiro, que durou vários anos e foi escondido dos seus investidores”.

Apesar da ação coletiva contra a Petrobras ter sido protocolada ontem, os papéis da companhia tiveram um dia positivo na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa). Os preferenciais se valorizaram 3,52%, cotados a R$ 9,71. Já os ordinários subiram 4,01%, precificados em R$ 9,59.

 
Fonte: Em.com.br

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