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Seca leva indústria paulista a fechar 3 mil postos no ano, diz Fiesp

CAMPINAS  –  O problema da falta de água já afeta a produtividade e causa demissões no setor industrial paulista, afirmou o diretor de Meio Ambiente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Eduardo San Martin.

Segundo ele, as indústrias instaladas na região da Bacia do PCJ – formada pelos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí e que compreende mais de 70 municípios paulistas, entre eles Campinas, e uma população de 5,5 milhões de pessoas – estão reduzindo a produção, mas evitam divulgar números negativos.

“A escassez de água está levando à redução da produtividade, sim. Não há números oficiais, as empresas são cautelosas na divulgação dessas informações, mas esse problema já chegou até nós. Existem empresas que já eliminaram um turno de produção, há vários exemplos negativos para o desenvolvimento produtivo da região: 3 mil postos de trabalho deixaram de existir por causa desse problema”, afirmou o executivo da Fiesp.

San Martin disse também que indústrias estão deixando de se instalar na região por causa da demora na liberação de outorgas para a captação de água, problema que também impede que empresas ampliem suas atividades. “Estão deixando de se instalar na região da Bacia do PCJ porque não recebem licença ambiental para se instalar, não conseguem licen ça para captar água. Região também está perdendo empresas pela mesma razão”, acrescentou San Martin.

Pesquisa

Levantamento divulgado pela Fiesp nesta quinta-feira durante seminário sobre escassez de água na região do PCJ mostra que, em cada três empresas, duas estão preocupadas com possível interrupção no fornecimento. A possibilidade de um racionamento de água ainda neste ano é um fator de preocupação para 67,6% das 413 indústrias ouvidas pela pesquisa realizada pelo Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp.

O levantamento foi feito entre os dias 12 e 26 de maio com 229 empresas de micro e pequeno porte (até 99 empregados), 140 de médio porte (de 100 a 499 empregados) e 44 de grande porte (500 ou mais empregados).

A pesquisa revela que são justamente as empresas de grande porte as mais preocupadas (75% ante 68,1% das pequenas e 64,3% das médias).

Já pensando nas consequências de uma interrupção no fornecimento de água, 64,9% das empresas avaliam que a medida teria impacto sobre seu faturamento: 17,9% avaliam que o impacto seria “forte” enquanto para 47% seria “pequeno”.

As empresas de grande porte foram as que mais indicaram impacto sobre o faturamento: “pequeno impacto” para 50% das grandes ante 48,9% das pequenas e 42,8% das médias; “forte impacto” para 29,5% das grandes ante 17,9% das pequenas e 14,3% das médias.

Das indústrias ouvidas, 62,2% indicaram que a produção pode ser prejudicada, mas não precisa ser interrompida em caso de racionamento. Para 11,9%, a produção é paralisada apenas no momento da interrupção e retomada em seguida. Já 12,1% responderam que a produção não seria afetada.

E das empresas que participaram da pesquisa, 54,5% não possuem uma fonte alternativa de água, enquanto 21,8% possuem e são capazes de manter a produção durante eventuais interrupções, enquanto 20,8% não dependem do sistema de abastecimento de água.
Fonte e Agradecimentos: http://www.valor.com.br/brasil/3617056/seca-leva-industria-paulista-fechar-3-mil-postos-no-ano-diz-fiesp#ixzz37l8CweGE

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