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SP: Desconto na conta de água afeta títulos

Operadores do mercado financeiro se queixam que sofreram perdas em investimentos de curto prazo em títulos públicos e privados porque o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) supostamente demorou para informar como iria incorporar no Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA) o desconto nas contas de água e esgoto de quem cumprir as metas de economia propostas pela Sabesp.

A medida fez com que o IPCA ficasse cerca de 0,1 ponto percentual menor em maio, reduzindo o rendimento de quem fez investimentos no curtíssimo prazo contando com uma inflação mais alta. E tende a aumentar a inflação em 2015, quando o desconto deve ser revertido, beneficiando aplicações com prazos mais longos.

O percentual envolvido parece pequeno, mas é representativo num mercado estimado em quase R$ 1 trilhão de títulos públicos e privados indexados ao IPCA.

A principal reclamação não é a mudança em si na fórmula de cálculo do IPCA, mas o fato de ter sido comunicada pouco antes da divulgação do índice. A nota técnica 02/2014 do IBGE, que explicita a medida, é datada de 30 de maio, uma semana antes de sair o IPCA.

O critério adotado pelo IBGE, em síntese, captura a bonificação de 30% na tarifa de água e esgoto de consumidores que reduzirem em 20% o consumo mensal, em um momento em que os reservatórios estão baixos na Grande São Paulo.

A medida também criaria incertezas sobre o futuro. O receio é nova perda caso haja um eventual racionamento de energia, com um impacto estimado em 0,3 ponto percentual. Para cobrir esse risco, a tendência é o mercado pedir um prêmio nas taxas de prazo mais curto.

Uma fonte do Tesouro Nacional confirma que, de fato, existe essa queixa. Mas seria pontual. Sua mesa de operações, que está sempre em contato com o mercado financeiro, registrou apenas uma reclamação de operador.

Embora o mercado de títulos indexados ao IPCA seja relativamente grande, ponderou a fonte, a maior parte dos detentores desses papéis são fundos de pensão e investidores estrangeiros. O perfil desses aplicadores é de longo prazo e, portanto, oscilações de curto prazo como essa acabam não fazendo muita diferença.

O IBGE informou que não comentaria as queixas sobre a adoção dos critérios. Sua assessoria de imprensa ponderou, porém, que o instituto comunicou a mudança logo depois de informado dos critérios de concessão de descontos pela Sabesp e tão logo foram concluídos os estudos técnicos sobre a metodologia a ser empregada.

Não são incomuns notas técnicas que tratam da metodologia do IPCA. Recentemente, foi divulgada nota que avisava como seria incorporado o sistema de bandeira tarifária de energia elétrica. Depois, o IBGE informou que o sistema não seria empregado porque o governo havia suspendido a vigência.

A incorporação de abatimentos ligados a medidas de racionalização de consumo no cálculo do IPCA também não é uma novidade. Em 2001, quando o país passou por um racionamento de energia elétrica, o IBGE anunciou uma metodologia para capturar os descontos na conta de luz. Ela não foi empregada, porém, porque não foi possível reunir dados que revelassem o contingente de usuários que foram beneficiados com a conta de luz mais baixa.

Fonte e Agradecimentos:  http://www.valor.com.br/financas/3580638/desconto-na-conta-de-agua-afeta-titulos#ixzz34UQom8jU

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