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Eletrosul projeta expansão eólica no Uruguai

Às vésperas de comemorar 45 anos de fundação (23 de dezembro), a Eletrosul mantém o foco em expandir seu parque de geração e transmissão de energia. Uma fonte em especial tem se destacado nesse contexto: a eólica. O presidente da empresa, Eurides Mescolotto, lembra que somente os empreendimentos no Rio Grande do Sul nos quais a companhia tem participação somam 782,5 MW de capacidade instalada. O mercado é tão promissor que as fronteiras nacionais já estão ficando pequenas para a estatal, que começa a voltar seus olhos para um conhecido vizinho do Brasil: o Uruguai.

Jornal do Comércio – Qual a expectativa quanto ao mercado eólico em 2014?
Eurides Mescolotto – Continuará forte. Neste momento, temos um problema sério, pois os fornecedores de aerogeradores estão com as fábricas lotadas. Mas, no ano que vem, isso já vai estar melhor, e acredito que haverá uma expansão grande da eólica. E, no Rio Grande do Sul, sem dúvida os lugares mais acessados serão Santana do Livramento, Santa Vitória do Palmar, Chuí e a região no entorno de Rio Grande.

JC – Devido à proximidade desses locais com o Uruguai, a tendência é de se concretizar, futuramente, uma integração de geração e transmissão de energia com a nação vizinha?
Mescolotto – Sem dúvida. Acho que é bem possível e será bom para os dois países que isso aconteça. Temos um interesse danado se houver um acordo entre os governos brasileiro e uruguaio para fazermos uma exploração conjunta de eólica, porque, esse espaço, do lado uruguaio, também é muito promissor quanto à energia eólica. Como o Uruguai não necessitaria de toda essa energia e o Brasil sim, poderíamos fazer esse intercâmbio, essa ligação, como se faz em Itaipu, entre o País e o Paraguai.

JC – Do ponto de vista de engenharia, seria uma iniciativa sem maiores problemas?
Mescolotto – Sim. Seria feita através da integração da estatal uruguaia, a UTE, e da estatal brasileira, que é a Eletrobras (holding que controla a Eletrosul). Com o know how que tem a Eletrosul e a proximidade com o Uruguai, a Eletrobras nos colocaria como a empresa que poderia dar o suporte técnico para que as eólicas, naquele país, pudessem prover também o Brasil.

JC – Nesse sentido de integração, existe uma linha de transmissão sendo construída na região de Candiota para se interligar ao Uruguai. Quando deve ser finalizada?
Mescolotto – Está prevista para ser concluída em 2014. Na verdade, a linha é da Eletrobras, mas a companhia nos passou o controle técnico da obra. Estamos fazendo a linha do lado do Brasil e uma subestação. A UTE cuida da continuação da ligação do lado uruguaio.

JC – E no Brasil, quais os planos da Eletrosul quanto à expansão no segmento eólico?
Mescolotto – Nós dependemos muito das condições de leilão (mecanismos elaborados pelo governo federal que submetem o sucesso dos projetos de energia ao preço da geração). Podemos até ter um objetivo, mas foge do nosso controle, pois depende do certame. Porém, se conseguíssemos mais uns 350 MW em 2014, no Rio Grande do Sul, seria muito bom. Está no nosso planejamento que a questão eólica, principalmente, no Estado, é fundamental. Queremos ser o maior player desse setor.

JC – Qual o potencial gaúcho de geração eólica?
Mescolotto – Na região da fronteira, podemos chegar a quase 10 mil MW (mais que o dobro da demanda de energia do Rio Grande do Sul). E é uma energia limpa, o que possibilita dispensar as energias sujas, como o óleo diesel e outras.

JC – Alguns analistas já apontaram que a presença de estatais como a Eletrosul nos leilões de energia “puxam o preço para baixo”. Qual a sua opinião sobre essa visão?
Mescolotto – Nunca nos preocupamos com isso. A gente se preocupa em ter uma tarifa suficiente para levar adiante o empreendimento e ter rentabilidade. Ninguém é maluco de jogar dinheiro fora. Tem leilão em que isso acontece, porém tem outros em que não, depende de cada situação, de cada momento.

JC – Quais as perspectivas quanto a projetos hidrelétricos no Rio Grande do Sul?
Mescolotto – A hidreletricidade, no Sul do País, está com o potencial quase esgotado. O que tem de grande, no Estado, são os projetos de Garabi e Panambi (no rio Uruguai, na fronteira com a Argentina). Quem comanda essa iniciativa é a Eletrobras. Também há Itapiranga (divisa com Santa Catarina) e possíveis pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), mas são poucas obras.

JC – Como está a análise da possibilidade de incorporação da CGTEE pela Eletrosul?
Mescolotto – Isso está no âmbito da Eletrobras. Se formos chamados, obviamente, vamos discutir com a Eletrobras no que podemos ajudar. A minha impressão é que a questão vai ser definida rapidamente, mas quando, não sei.

Fonte: Jornal do Comércio
Veja mais: http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=142688

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