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Água dos córregos de Mogi é regular, ruim ou péssima, diz estudo

A Fundação SOS Mata Atlântica fez um levantamento da qualidade da água em 11 estados brasileiros e também no Distrito Federal. No Estado de São Paulo, apenas, 6,1% dos pontos de coleta analisados foram considerados com água de boa qualidade. Em Mogi das Cruzes, dois pontos estão em situação regular e outros cinco em situação ruim ou péssima.

Ribeirão Morumbi e Rio Tietê estão em situação regular no município. Já um dos pontos com qualidade ruim ou péssima da água, segundo o levantamento, é o Ribeirão Ipiranga, que passa pelo centro de Mogi das Cruzes. “Sempre foi assim e está cada vez pior, ninguém faz nada”, disse o gerente de vendas Gilberto Gomes Filho.

O que tem sido feito pra esse cenário melhorar? Segundo o diretor geral adjunto do semae, Dirceu Lorena de Meira o projeto na região do ribeirão existe mas depende de verbas federais. “Em 2011 pleiteamos com o governo federal. Em janeiro de 2016 tivemos a assinatura do convênio com o Ministério das Cidades. Estamos aguardando a autorização para abrir a licitação”.

Outro ribeirão apontado com qualidade de água ruim na cidade nos últimos dois anos é o Oropó, além dos córregos da Vila da Prata e dos Corvos. Neste último, em César de Souza, a água não está turva como antes, segundo o diretor do Semae, por causa de obras que terminaram quase no fim do estudo da SOS Mata Atlântica. “Nós concluímos a fase desse coletor em 2016, por isso os dados não estão atualizados”, completou.

O ambientalista Eduardo Amadeu diz que além das obras nos municípios, ajudaria a melhorar o índice de qualidade da água das bacias: a participação da população em não jogar lixo em córregos e rios e uma política pública ambiental. “O poder público pode fazer a parte dele intensificando as fiscalizações e ajudando a controlar as funções biológicas dos cursos d’águas como preservação de mata ciliar, evitar o acúmulo de resíduos que são descartados nos rios e o controle populacional”.

Na conclusão do levantamento, a fundação SOS Mata Atlântica lembrou que o plano nacional de saneamento básico previa 100 por cento de esgoto coletado e tratado no pais pra 2020, mas esse prazo foi prorrogado para 2033 por falta de investimentos em infra estrutura. Um atraso que ajuda a entender a situação dos pontos analisados no estudo. “Deveriam cuidar melhor disso, porque 2033 está muito longe”, disse a vendedora Conceição Aparecida.

O saneamento básico no País não é e não foi uma prioridade de muitos governos. Enquanto isso não for uma realidade, difícil é ter uma esperança otimista pro futuro dessas águas. “Se transferir isso para 2030 e daí por diante, o problema vai ser cada vez pior e o impacto será significativo na qualidade das águas e até pragas urbanas” disse o ambientalista.

O levantamento da SOS Mata Atlântica foi feito entre março de 2015 e fevereiro desse ano. Essa é a segunda edição do levantamento que já havia sido feito em 2014.

Fonte: G1
Foto: Reportagem/G1

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