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Ártico derrete 13% por década, e Polo Norte pode não ter mais gelo no verão

Nos últimos 40 anos, graças às medições por satélites, cientistas descobriram uma diminuição gradual na cobertura de gelo do mar do Ártico. 

O aquecimento global tem reduzido em aproximadamente 13% por década a extensão do gelo na região, durante o verão – período em que normalmente os níveis já são mais baixos. Com isso, alguns pesquisadores preveem que, a partir da metade do século, o Ártico corre o risco de não ter mais gelo durante os verões.

A extensão do gelo é só uma parte da história. Os cientistas querem descobrir também a espessura, pois associada à extensão, mostra o volume total de gelo presente no Ártico.

O problema é que a espessura também vem diminuindo drasticamente já que, ao derreter o gelo plurianual, camada mais grossa, deixa ainda mais fina a camada de gelo de primeiro ano. Além disso, ventos e correntezas podem empurrar gelos mais antigos para fora do Ártico.

Medir a espessura de gelo marítimo é mais complicado do que determinar a extensão. Existe um satélite europeu chamado Cryosat-2 que, por meio de um radar, consegue precisar a elevação e, por consequência, a espessura do gelo. Mas esse satélite trabalha melhor no inverno; no verão, quando o gelo está derretendo, tem dificuldade de distinguir o que é gelo e águas abertas. Um outro satélite, o ICESat-2, lançado pela NASA em setembro, possibilita dados ainda mais precisos sobre a espessura, porém, enfrenta limitações similares durante o verão.

Medição no verão

Para preencher as lacunas, alguns governos e grupos civis têm conduzido expedições de medição no verão usando aeronaves. A última aconteceu em julho e agosto passados, liderada por pesquisadores do Instituto Alfred Wegener, baseado em Bremerhaven, na Alemanha.

Pesquisadores operando a partir da Estação Nord, uma base militar e estação científica dinamarquesa localizada na Groenlândia, a 924 km ao norte do Círculo Polar Ártico, mediram a espessura do gelo no Oceano Ártico e no Estreito de Fram, que separa a Groenlândia do arquipélago norueguês de Svalbard.

Para determinar a espessura, o programa do Instituto Wegener, comandado por Thomas Krumpen, físico especializado em gelo marinho, utiliza um dispositivo eletromagnético, similar a um detector de metais, que mede a diferença de condutividade elétrica entre o gelo e a água do mar.

Detectores

O instituto iniciou o uso desse tipo de detectores em 2002, primeiramente com os scanners presos a um trenó, escorregando pelo gelo, e, posteriormente, carregados por helicóptero. Mas em ambos os casos, a área a ser explorada era limitada.

Segundo Krumpen, para se obter medidas relevantes relativas ao gelo marinho, é preciso cobrir grandes distâncias.

Desde 2011, o EM-Bird, um projétil em forma de torpedo, tem conseguido dimensionar uma área maior com a ajuda de um avião, um DC-3 personalizado, que sobrevoa com o EM-Bird suspenso por um cabo a apenas 21 metros da superfície.

Os voos de baixa altitude exigem muito planejamento e boa visibilidade. Por isso, a equipe de Wegener – que nesse verão ganhou mais dois pilotos, um engenheiro, um mecânico e outro cientista, além de Krumpen – discute exaustivamente as condições climáticas.

“Para esse tipo de voo, é essencial ter informação confiável sobre a previsão do tempo, afinal, tudo se resume a encontrar o melhor lugar para executar a operação da forma mais segura possível”, explica.

A equipe da Estação Nord é composta por seis soldados, que trabalham em esquema de rodízio pelo período de dois anos. Eles ficam isolados e sozinhos – exceto pela companhia de dois cachorros da patrulha de trenó – de outubro a março, quando os cientistas começam a chegar.

A equipe de gelo marítimo de Wegener também esteve no Ártico em março deste ano, juntamente com outros pesquisadores, estudando a poluição por carbono negro e outros assuntos relacionados.

Como em qualquer outra base militar, há regras e rituais a serem seguidos. Neste caso, é o encontro anual, em que fazem uma versão ártica de jogos medievais e jantam um porco assado, aos sábados, vestidos de camisa e gravata.

Altas temperaturas 

As temperaturas altas na maior parte do Ártico durante esse verão não contribuíram para boas condições de voo. Ainda assim, em pouco mais de duas semanas, a equipe de Krumpen completou nove voos, incluindo um que chegou a 240 km do Polo Norte.

“Considerando o clima, eu até que estou bem feliz,” ele disse.

Uma análise preliminar dos dados mostra que, apesar de a espessura do gelo variar consideravelmente de ano a ano, a tendência de redução continua. A espessura média do gelo natural encontrado nas áreas pesquisadas tem menos de um metro e meio, na metade dos anos 2000, estava acima de dois metros.

“Está muito abaixo do que era” lamenta Krumpen.

Fonte: UOL

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