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Gerenciamento de áreas contaminadas e tecnologias de remediação

Conheça as etapas de identificação e as tecnologias mais usadas em áreas contaminadas.

 

As áreas contaminadas são locais ou regiões com concentração de substâncias químicas ou resíduos, introduzidos pelo homem, acidentalmente, ou mesmo que ocorram de forma natural, e que causem ou possam causar danos à saúde humana, ao meio ambiente ou a outros bens protegidos.

Uma das grandes questões ambientais está interligada ao cenário demográfico, pois à medida que vai aumentando a população, se tem o aumento de áreas contaminadas. Essas áreas partem, inclusive, de passivos ambientais já existentes, ou seja, além das áreas que já se encontram contaminadas de anos atrás, existem as novas áreas que vêm sendo contaminadas nos dias de hoje.

Exemplos de contaminantes emergentes

  • Microplásticos
  • Hormônios
  • Agrotóxicos
  • Antibióticos
  • Produtos farmacêuticos
  • Subprodutos de detergentes
  • Plastificantes
  • Antioxidantes
  • Esteroides
  • Desinfetantes
  • Fragrância
  • Solventes

 

Contaminantes crônicos em água subterrânea do Brasil

Interferentes endócrinos: são substâncias que podem causar uma série de problemas a saúde humana, como câncer e problemas no sistema endócrino. Eles podem estar presentes na água e nem sempre elas são analisadas e fiscalizadas. Nos últimos anos a literatura vêm trazendo dados importantes, evidenciando as problemáticas causadas por essas substâncias presente no esgoto;

Organoclorados: Os organoclorados podem ser encontrados nos agrotóxicos utilizados nos alimentos como pesticidas, nas tintas, no plástico, no verniz, entre outros. Eles se dividem pelos grupos toxafeno, hexaclorocicloexano, dodecacloro, clordecona, DDT e ciclodienos;

Metais pesados: São provenientes de operações industriais, principalmente por indústria alimentícias e metalúrgicas;

Necrochorume: É o líquido liberado na decomposição do corpo por microrganismos como vírus e bactérias. A   constituição   do   necrochorume   é   importante   de   ser   conhecida   para   prever   seu comportamento   no   solo   e   na   água   subterrânea.   Não   apenas   contamina   o   ambiente   com microrganismos patogênicos que podem alcançar o ser humano, como também insere compostos atípicos ao meio em que percolou.

 

Gerenciamento de áreas contaminadas

O gerenciamento de áreas contaminadas visa reduzir, para níveis aceitáveis, os riscos a que estão sujeitos a população e o meio ambiente em decorrência de exposição às substâncias provenientes das contaminações, por meio de um conjunto de medidas que assegurem o conhecimento das características dessas áreas e dos impactos decorrentes da contaminação. Isso proporcionará os instrumentos necessários à tomada de decisão quanto às formas de intervenção mais adequadas.

Normalmente o solo é a fonte secundária por onde passa a contaminação, funcionando como “filtro pré-atingimento” da água subterrânea; porém o solo ainda é pouco explorado. Os contaminantes interagem com o solo por meio de processos físicos e, principalmente, por interações químicas. Diante disso, é importante ressaltar que as análises das amostras do solo são extremamente importantes para avaliar a qualidade do solo do local.

Segundo Juliano Andrade, doutor em Engenharia Química,

“É muito comum encontrar casos onde precisa-se de uma remediação ambiental, porém, os técnicos quase nunca encontram informações sobre a qualidade do solo. O que observamos, é que a maioria das empresas, ainda se preocupam muito com a água, porém a qualidade da água é uma consequência de tudo o que veio pelo solo.”

 

Transportes de contaminantes no solo

Para avaliar o transporte de contaminantes no solo é necessário avaliar vários conceitos, como:

  • Permeabilidade e porosidade;
  • Solubilidade;
  • Capilaridade;
  • Mecanismos de reações;
  • Movimentações dos contaminantes.

Outros 5 fatores que devem ser considerados:

  1. É muito importante entender sobre os fenômenos de transporte dos contaminantes no solo;
  2. Pouca atenção é dada para a avaliação da qualidade do solo;
  3. A maioria das amostras coletadas em campo não são representativas;
  4. Técnicas de rebaixamento do nível freático proporcionam resultados falso negativos;
  5. A maioria das técnicas de remediação utilizadas no Brasil não tratam solo.

 

Etapas para identificação de áreas contaminadas

  • 1° etapa: Avaliação preliminar (Due Diligence)
  • 2° etapa: Investigação confirmatória
  • 3° etapa: Investigação detalhada e avaliação de risco (diagnóstico)
  • 4° etapa: Remediação ambiental (diagnóstico)
  • 5° etapa: Monitoramento ambiental pós-remediação

 

Reincidência de contaminação – Efeito rebote

O efeito rebote pode ocorrer por uma falha/defeito da tecnologia implementada ou no diagnóstico ambiental limitando o entendimento sobre a distribuição de contaminantes.

As possíveis causas para que ocorram rebote são:

  • Dissolução da fase adsorvida ou fase livre de áreas insaturadas;
  • Utilização e técnicas focadas no problema (água contaminada) e não no solo (zona insaturada);
  • Investigação inadequada do local;

 

Grandes erros observados em gerenciamento de áreas contaminadas

  • Falha no diagnóstico ambiental;
  • Realizar os estudos e decidir ações sem informações técnicas suficientes;
  • Atuar com negligência: não divulgar ou omitir os estudos anteriores para não influenciar na proposta;
  • Não envolver o corpo técnico e gerencial/diretoria da empresa para a tomada de decisões;
  • Montar o escopo com diagnóstico incompleto e sem entendimento técnico aprofundado;
  • Não envolver equipe multidisciplinar e nem profissionais com expertises diferentes, especialmente profissionais químicos em remediação.

 

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REMEDIAÇÃO

Principais grupos de compostos para remediação química

  1. Oxidantes/Redutores (gerar espécies reativas aos contaminantes);
  2. Complexantes (estabilizar o meio reacional e assegurar o equilíbrio químico);
  3. Condicionantes (adequar o meio à maior efetividade na descontaminação);
  4. Catalisadores (aumentar a velocidade das reações);
  5. Polímeros micelares (depurantes dos processos químicos aplicados).

 

Tecnologias químicas mais usadas

Processos oxidativos avançados (POA) são tecnologias emergentes de remediação baseadas na geração de radicais hidroxila (• ​​OH). Devido à reatividade do • ​​OH frente a inúmeros compostos tóxicos e recalcitrantes, como hidrocarbonetos de petróleo, a mineralização completa dos contaminantes pode ser alcançada.

Vantagens de processos químicos

  • Destruição do poluente orgânico;
  • Redução da toxicidade;
  • Aumento da biodegradabilidade;
  • Redução da DQO, DBO e TOC;
  • Remoção da cor e odor.

 

Tecnologias alternativas

  • Ferro zero valente (adequado para processos redutores)
  • Ozonização (adequado para processos ex-situ)
  • Surfactantes

 

Práticas comuns indesejáveis existentes

  • Intervenções realizadas por profissionais não capacitados;
  • Campanhas excessivas de monitoramento, por muitos anos sem medidas de remediação;
  • Quantidade excessiva de poços de monitoramento em áreas pequenas;
  • Tempo demasiadamente longo em processos de remediação;
  • Utilização de técnicas inadequadas ao problema ambiental.

 

Encerramento do processo de remediação

 

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 Renata Mafra – [email protected]

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