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Novo aterro será na saída para Três Lagoas/MS e vai receber lixo por 40 anos

A área fica a 10 km de condomínio de luxo e vai tratar resíduos de Campo Grande e mais sete cidades.

O novo aterro sanitário de Campo Grande, batizado de Ereguaçu, será construído na saída para Três Lagoas, em área de 153 hectares (Fazenda Santa Paz) e a dez quilômetros do condomínio Terras do Golfe. A área fica a 30 km do centro urbano e o aterro é projetado para receber o lixo da Capital e outras sete cidades, por meio de convênio, por  40 anos.

Atualmente, está em atividade o aterro sanitário Dom Antônio Barbosa II, na saída para Sidrolândia, que foi inaugurado em 28 de novembro de 2012 e deve atender a Capital até o próximo ano. O aterro deu fim a um lixão a céu aberto que perdurou por três décadas.

No contrato com a concessonária CG Solurb, que venceu licitação e é responsável pela gestão dos resíduos sólidos até 2037, era exigido um segundo aterro. De acordo com os documentos de relatório e estudo de impacto ambiental, realizados pela Flora Brasil Engenharia e Consultoria Ambiental, foram avaliadas três áreas.

Leis Ambientais

O município tem área territorial de 8.092 km² (quilômetros quadrados), mas muitas têm restrições devido ao zoneamento ambiental, áreas de proteção ambiental, além de locais com restrições legais, ambientais ou indisponíveis para a venda.

O documento detalha que também foi preciso mensurar outros impactos característicos de um aterro sanitário e relacionados a aspectos socioeconômicos: desvalorização das terras ao redor da área selecionada, interferências em comunidades rurais por aumento no tráfego de veículos e mobilização de forças antagônicas ao processo de implantação, cunhada pela expressão “not in my back yard” (não em meu quintal).

Com todos os critérios, foram selecionadas áreas Ceroula (a 15 km do centro urbano e acessada pela MS-080), Três Barras (a 35 km do centro e acessada pela MS-040) e Fazenda Santa Paz (acessada pela BR-262, saída para Três Lagoas).

Estudos

Após estudos no solo, águas (superficiais e subterrâneas), fauna, flora e aspectos socioeconômicos, a área da Fazenda Santa Paz somou a maior pontuação: 192 pontos. Enquanto a área Três Barras teve 171 pontos e a área Ceroula ficou com 150 pontos.

A fazenda teve o resultado mais favorável frente aos critérios de uso e ocupação do solo no entorno, distribuição latifundiária, acesso, distância de área urbana e de unidade de conservação e não se encontrar dentro da área de segurança aeroportuária  (fica a 14,5 km do Aeroporto Santa Maria, o mais próximo).

Num raio de 10 km da área escolhida, ficam a Unei (Unidade Educacional de Internação) Dom Bosco, Eco Park Club e os residenciais Shalon e Terras do Golfe. O estudo aponta que não há impactos para eles, pois ficam na área de influência indireta do empreendimento.

Segundo o Rima (Relatório de Impacto Ambiental), o aterro será implantado em área da Fazenda Santa Paz. “Propriedade rural com atividade de pecuária (criação de gado), com infraestrutura básica (energia elétrica e água para consumo), denominada Fazenda Santa Paz, matrícula de nº 262.596, objeto de aquisição pela concessionária CG Solurb”, informa o documento.

O novo aterro vai atender Campo Grande, Bandeirantes, São Gabriel do Oeste, Jaraguari, Rio Negro, Corguinho, Dois Irmãos do Buriti e Rochedo. A expectativa é que em 2022 receba 1.098 toneladas de resíduos por dia.

LEIA TAMBÉM: SISTEMA DE CAPTAÇÃO DE CHORUME EM ATERRO SANITÁRIO

Chorume

O corpo hídrico mais próximo é o Córrego Gerivá, distante 520 metros. O estudo informa que o empreendimento não prevê lançamento de efluentes líquidos (líquidos percolados, mais conhecidos como chorume, e esgoto sanitário) em corpos d’água

“Os líquidos percolados, após serem captados no empreendimento, inicialmente serão encaminhados para a Estação de Tratamento de Esgotos Sanitários do município de Campo Grande”, diz o documento. O transporte será em veículos especiais.

Já os esgotos sanitários, gerados nas instalações de apoio, serão encaminhados para um sistema de fossa-filtro, onde semestralmente será retirado por meio de empresa terceirizada de limpa fossa para destinação adequada.

Um cinturão verde, cortina de árvores, será plantado para que o aterro fique menos visível às regiões contíguas e minimizar a propagação de eventuais ruídos e odores.

A reportagem solicitou informações sobre o licenciamento ambiental e início das obras à prefeitura e à CG Solurb, respectivamente, mas não obteve retorno até a publicação da matéria.

Fonte: Campo Grande News.

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