Ministério Público de São José do Rio Preto (SP) abriu um inquérito para apurar a poluição do rio Preto após denúncia de biólogos de que a água do rio contém esgoto, mesmo depois que ela passa pela Estação de Tratamento de Esgoto de Rio Preto (ETE).
A responsável por fiscalizar a eficiência de qualquer estação de tratamento dentro de São Paulo é a Cetesb, que diz que está investigando o caso.
O MP diz que também pode punir a autarquia, se ficar comprovada que a responsabilidade é dela.
“A própria construção da ETE decorreu de ação do Ministério Público, em acordo com o município para tratar o esgoto. Não basta construir, é preciso que funcione e não dê prejuízo ao meio ambiente. Agora isso pode acarretar multas de acordo com acordo feito lá atrás”, afirma o promotor do meio ambiente Sérgio Clementino.
A TV TEM levou nesta segunda-feira (7) um engenheiro da Cetesb até o rio Preto em um trecho logo depois da estação de tratamento.
O rio está nitidamente poluído e o mau cheiro, além do aspecto esverdeado, indicam isso. A companhia ambiental comprovou a poluição numa medição de oxigênio feita.
Assim como na sexta-feira (4), o índice está bem abaixo do normal.
Para a Cetesb, o problema só pode estar na estação de tratamento, que atualmente funciona no limite da capacidade.
“Essa característica que tem no rio é típica de esgoto doméstico e nesse trecho do rio Preto a fonte mais importante é a estação de tratamento”, afirma o engenheiro químico João Adriano Alves.
Na estação de tratamento o problema está nas caixas de concreto. São três e uma delas parou de funcionar para passar por manutenção e isso reduziu a eficiência do tratamento.
Como o esgoto líquido não está passando adequadamente por todos os processos, o resultado aparece em forma de espuma, que é todo o sabão e detergentes usados nas casas.
A Cetesb enviou uma amostra para unidade deles em Ribeirão Preto (SP), justamente para saber em quanto essa eficiência do tratamento caiu.
O resultado sai em uma semana e, enquanto isso, o Semae já recebeu uma advertência por causa da poluição do rio e pode levar multa, que varia de R$ 25 mil a R$ 125 mil.
Nesta segunda-feira, membros da diretoria do Semae se reuniram para falar sobre o problema. A gerente de planejamento e obras, Ceci Bueno de Cáprio, reconhece a queda da eficiência.
“Antes a remoção era de 96% da matéria orgânica, hoje conseguimos 70%. Agora devemos concluir a obra em 15 dias e um tempo para isso voltar ao normal. Em 45 dias devemos estar tudo normalizado”, afirma.
Fonte: G1.