Proposta esteve entre as promessas de campanha do novo governador do Estado, Tarcísio de Freitas, e deve ter negociação iniciada ainda neste mês de fevereiro
A Frente Parlamentar Contra a Privatização da Sabesp da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) nesta terça-feira, 7, para dar primeiros passo na tentativa de barrar a proposta do governador Tarcísio de Freitas (PRB).
O coordenador da frente, criada ainda na gestão João Doria, o deputado estadual Emídio de Souza (PT) afirmou que a iniciativa privada já possui o comando de 49,3% das ações da empresa. Segundo ele, o lucro do empresariado já é suficiente.
“Nós somos contra [a privatização da Sabesp] porque em todo o mundo, as cidades e Estados que já fizeram a privatização do serviço de água e esgoto estão voltando atrás, estão reestatizando, isso porque com o lucro em cima do serviço inviabiliza a universalização de saneamento. Nós não queremos que ele dê a diretriz do nível de investimento que pode ser feito na Sabesp”, afirmou Souza.
Os sindicalistas presentes no encontro argumentaram que a privatização faria com que as cidades mais pobres, nas periferias das grandes cidades, não fossem atendidas.
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O Sindicato dos trabalhadores em água, esgoto e meio ambiente do Estado de São Paulo (Sintaema), Elifas Pinto de Souza, defende que o setor privado só investe onde há mais chance de lucro e que o saneamento precisa ser oferecido independentemente da capacidade das pessoas pagarem ou não pelo serviço, como definido pela Organização das Nações Unidas (ONU).
“A Sabesp opera em 375 municípios, dos quais basicamente todos são pequenos. Então ela tem condição de fazer seus investimentos. E ela faz porque ela tem espírito de subsídio cruzado, ou seja, as economias dos grandes municípios subsidiam as pequenas, mantendo uma qualidade e equidade no atendimento. A qualidade não difere tanto da capital para os municípios menores. no interior. Então, por aí, não justifica a privatização”, diz o líder sindical.
A privatização da Sabesp foi uma das promessas de campanha de Tarcísio de Freitas. A expectativa do novo governo paulista é iniciar as discussões para esse novo modelo já na primeira quinzena de fevereiro. Em defesa da privatização, Tarcísio já argumentou que a ideia é que o Estado continue tomando as decisões sobre onde os investimentos devem ser feitos. Outro argumento é sobre a livre concorrência de serviços – o que os sindicalistas contra-argumentam, invalidando a ideia. A frente parlamentar vai organizar diversas reuniões nas câmaras municipais de todo o Estado. O primeiro encontro ocorre nesta quarta-feira, 8, na cidade de Presidente Prudente.
Fonte: Jovem Pan