ão Paulo, 10 – O ministro das Cidades, Gilberto Kassab (PSD), defendeu nesta sexta-feira, 10, o fim da coligação em eleições proporcionais, que definiu ser quase um consenso entre lideranças partidárias. Kassab, que é presidente licenciado do PSD, participa de uma palestra ao Sindicato da Habitação (Secovi-SP).
“Defendo que se aprove o fim da coligação nas eleições proporcionais. Isso vai permitir que os partidos tenham cara, hoje os partidos não têm cara”, disse sobre a pouca clareza de bandeiras ideológicas dos partidos.
O ministro considerou esse o primeiro ponto a ser alterado, que permitirá abrir o debate para outras mudanças de uma possível reforma.
Minha Casa
Kassab reforçou que programas importantes da área, como o Minha Casa, Minha Vida, serão preservados, apesar do ajuste fiscal. Ele, contudo, fez a ressalva de que isso não significa que o orçamento do programa, uma das principais vitrines do governo Dilma, não terá ajustes. “Não significa que terão o mesmo patamar de investimentos, mas a prioridade número um do governo é a habitação social”, disse Kassab.
Kassab reafirmou seu apoio aos ajustes propostos pelo governo e falou brevemente da importância que o Congresso aprove as medidas para que o País volte a crescer e a gerar empregos.
O ministro se disse otimista com a perspectiva de o programa Minha Casa, Minha Vida alcançar a meta de ter até 2018 outras 3 milhões de unidades contratadas. Nas duas primeiras fases, o programa já contratou mais de 3,5 milhões de unidades. “Da maneira que as coisas estão caminhando, tenho uma convicção muito grande que atingiremos as metas.”
Sobre o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), outra vitrine importante do governo petista, Kassab minimizou a questão de atrasos em obras de infraestrutura pelo País. “Mesmo com a ação vigorosa do governo de fazer os ajustes necessários, não tivemos, ao longo de 2014, nenhum pagamento pendente no âmbito do PAC. Se existem atrasos hoje, são vinculados ao orçamento de 2015 e, mesmo assim, focados em janeiro e fevereiro e que vêm diminuindo gradualmente”, argumentou.
Esgoto
O ministro comentou brevemente sobre a situação de saneamento, admitindo que os investimentos foram prejudicados na atual conjuntura econômica. Segundo Kassab, no ritmo atual de investimentos, a universalização do serviço de esgoto só será alcançada “infelizmente” em 50 anos.
Temer na articulação política
Kassab admitiu que há uma crise política no País, mas elogiou a escolha do vice-presidente Michel Temer (PMDB) para conduzir a articulação política. Ele foi apontado para substituir o petista Pepe Vargas nesta semana. “Inquestionavelmente, a crise política hoje é algo que nos últimos dias saiu das páginas dos jornais com a condução de Michel Temer para a articulação política.
“Ninguém questiona hoje que ele é a pessoa mais preparada para assumir a articulação”, disse, ao lembrar a experiência do vice-presidente como parlamentar.
Fonte: EM.com