Gestão de Ativos em Saneamento
A gestão de ativos é o processo de identificar, priorizar e gerenciar a condição dos ativos físicos de uma organização.
Normalmente inclui uma inspeção sistemática, avaliação, priorização e recadastramento desses ativos.
O objetivo é garantir que eles sejam mantidos suficientemente para não causar qualquer interrupção ou danos às operações ou à segurança dos clientes.
As concessionárias de água e esgoto são responsáveis por inspecionar a infraestrutura de água e saneamento para manter os clientes seguros. E também precisam conhecer a condição dos ativos para priorizar os reparos.
Desde a publicação das PAS 55 em 2004, e das ISO 5500X em 2014 a gestão de ativos físicos tem ganhado mais importância. A execução de baixa qualidade dessa atividade incorre em perdas da água; problemas ambientais e sociais devido a poluição; aumento no número de obstruções, e; aumento no custo de manutenção e operação da infraestrutura.
Sistemas de Informações Geográficas (SIG)
Os Sistemas de Informação Geográfica (SIG, ou GIS em inglês) são um grupo de ferramentas computacionais que permitem aos usuários analisar e mapear dados de forma georreferenciada. Essa tecnologia é usada em muitos setores, como saúde pública, ciências ambientais e planejamento urbano. Uma das aplicações mais importantes do SIG é no campo do saneamento.
São sistemas cartográficos que geram mapas temáticos. Necessários para a tomada de decisões em assuntos relacionados ao saneamento podendo ajudar de diversas formas, como por exemplo:
- Na modelagem de novas redes e setorizações;
- Na manutenção, identificando no mapa as redes por idade ou tipo de material;
- Na identificação de áreas irregulares por geoprocessamento;
- Na redução de perdas, identificando possíveis pontos de vazamentos por meio de mapas de densidade (Kernel).
Desafios
O trabalho de gestão de ativos em saneamento passa por muitos desafios principalmente em termos de erros cadastrais, os quais impactam no planejamento e gestão de forma generalizada.
A existência de ramais não conectados à rede de distribuição de água ou de coleta de esgoto, redes sem cadastro e ausência de documentos indexados aos números de cruzamento dos logradouros (croquis, folhas de cadastro, projetos e as builts).
Incompatibilidade ou falta de informações cadastrais sobre tipos de material, diâmetro, extensão e natureza da rede (em projeto, construção, operação ou abandonadas) nos bancos de dados.
Erros de base cartográfica como duplicidades, falta de base, posicionamento arbitrário de componentes, redes que não existem fisicamente, etc.
Isso tudo dificulta a organização a tomar decisões estratégicas de forma eficiente. Fica claro que é imperativo que tanto o sistema quanto os dados sejam precisos.
Levantamento de dados
Para isso é necessário um serviço embasado em bons processos e com muita metodologia. O serviço de gestão de ativos começa com extensos estudos e análises.
Primeiro – por meio de pesquisa visual e com ferramentas e sistemas da base de ativos – é necessário realizar um levantamento das inconsistências cadastrais. Essa informação serve de insumo para identificar através de estudos e análises os ativos problemáticos, os locais chamados polígonos de inadequação, e os tipos de erros detectados.
Na sequência realiza-se análise de redes para estimar as extensões de redes com problemas cadastrais. Considera-se a extensão individual dentro de cada polígono e somam-se os resultados encontrados em todas as extensões de redes.
Todo o estudo desdobra-se na criação de mapas com os locais e inconsistências identificadas, que servem como base para o planejamento do recadastramento de ativos. Bem como evidencia o tamanho e impacto do problema gerado pela inconsistência que serve para delimitar o investimento da operação de recadastramento.
Caso verificado que as informações estão gerando um impacto significativo, então correções precisam ser feitas.
Operação de recadastramento de ativos
A atividade de recadastramento de ativos é o processo de atualização das informações cadastrais de um ativo imobilizado. Esse processo pode ser iniciado pelo proprietário ou pela contratação de serviços terceirizados especializados que tenham conhecimento dos processos e capacidade de mobilização para garantir a entrega de resultados dentro das condições do projeto.
O escopo do recadastramento envolve diversas atividades. Começando pela mobilização das equipes, elaboração da documentação, manuais, procedimentos e treinamento em campo. Paralelamente é criado o plano do projeto com as priorizações, setorizações e roteirização que serão insumos para a operação e controle.
A operação trata-se da análise e verificação de documentos vetorizados, vetorização de sistemas de distribuição de água e coleta e afastamento de esgoto, vetorização de objetos pontuais das redes, rasterização e indexação de documentos cadastrais.
E por trás existe toda uma estrutura de controle e acompanhamento das tarefas de demandas e atualizações de cadastro técnico e dos processos de cadastramento.
Resultados esperados
No setor de saneamento, a atividade de gestão de ativos tem um impacto particular, visto que as melhorias incrementais resultam em reduções de custos muito significativas – por tratar-se de fluxo líquido constante em redes complexas – bem como melhoram a qualidade de vida social e reduzem danos ambientais.
Como exemplo, o trabalho de recadastramento deveria gerar correções para reduzir o número de obstruções nas redes.
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Fonte: Infotec.
