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Sabesp, vencedora do Valor 1000 em Água e Saneamento, cresce 7% ao ano

Imagem Ilustrativa

Considerada uma das maiores empresas de saneamento do mundo em termos de receita e população atendida pelos serviços prestados, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) ficou em primeiro lugar do ranking do Valor 1000, no setor de Água, Saneamento e Serviços Ambientais.

A empresa paulista, terceira do mundo no setor, quer universalizar o serviço de água e esgoto até 2033, como prevê o Marco Legal

A empresa paulista obteve 83,8 pontos na classificação geral, seguida pela Sanepar (68,4 pontos), Copasa-MG (66,8), Aegea Saneamento (46,2) e Embasa (40,0). A receita líquida registrada pela campeã, com base nos balanços consolidados, foi superior a R$ 19 bilhões. Para se ter uma ideia, a segunda colocada em termos de receita líquida, a Cedae, do Rio de Janeiro, registrou distantes R$ 6 bilhões de receita líquida.

Fundada em novembro de 1973 com a missão de planejar, executar e operar serviços de saneamento e abastecimento de água em todo o Estado de São Paulo, a Sabesp é uma sociedade anônima de economia mista. O governo estadual mantém o controle da companhia como sócio majoritário, com 50,3% das ações, e o restante está disponível para livre negociação no mercado. Desde 1997, suas ações são negociadas na B3 (Brasil, Bolsa Balcão), onde faz parte do segmento Novo Mercado da bolsa brasileira.

Atualmente, a Sabesp é responsável pelo fornecimento de água e pela coleta e tratamento de esgotos em 375 dos 645 municípios do Estado de São Paulo, incluindo a capital. Segundo dados da empresa, seus mais de 12,3 mil colaboradores operam em 15 unidades de negócio espalhadas pelo Estado, das quais cinco delas estão instaladas na Grande São Paulo. A empresa também é sócia de empresas privadas que prestam serviços de fornecimento de água e saneamento nos municípios de Mogi Mirim, Castilho, Andradina e Mairinque, todos no interior de São Paulo.

A empresa fornece água a 28,4 milhões de paulistas e atende com coleta de esgoto 25,2 milhões – números que colocam a companhia paulista entre as maiores do mundo no setor. Em 2019, foi classificada como a terceira maior companhia de saneamento do mundo em termos de receita, segundo relatório da Global Water Intelligence. A brasileira ficou atrás apenas de duas organizações francesas, a Veolia e a Suez. No setor de reúso, a companhia produz e comercializa água a partir das suas próprias estações e em sociedade com a Aquapolo Ambiental.


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Sabesp

Em relação aos investimentos, no ano passado foram aplicados cerca de R$ 5 bilhões em programas de abastecimento de água e expansão do sistema de coleta e tratamento de esgoto nos municípios atendidos, o que resultou em 178,9 mil novas ligações domiciliares de água e 225,5 mil de esgoto. Em 2022 estão previstos outros R$ 4,7 bilhões para 192 mil novas ligações de água e 220 mil de esgoto. Entre 2023 e 2026, os investimentos previstos são superiores a R$ 19 bilhões.

“A Sabesp busca universalizar os serviços na área onde opera”, afirma o diretor-presidente da empresa, Benedito Braga. A Sabesp também aumenta os investimentos para atender às novas diretrizes sanitárias no país nos próximos anos. “Em 2020 houve importante atualização do Marco Legal do Saneamento. Isso trouxe um cenário muito promissor ao setor”, afirma Braga.

De acordo com a Lei nº 14.026, também chamada de Novo Marco do Saneamento, aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo governo federal em 2020, 99% da população deve ter acesso à água e 90% dos domicílios brasileiros devem contar com coleta de esgoto até 2033. Em 2020, porém, de acordo com o Instituto Trata Brasil, foram investidos R$ 13,7 bilhões no setor de água e esgoto em todo o país, cifra considerada insuficiente pelos especialistas para atingir as metas legais estabelecidas nos próximos nove anos – que exigirão investimentos de R$ 507 bilhões no total, segundo o Ministério do Desenvolvimento Regional, ou de R$ 753 bilhões, nas contas da consultoria KPMG.

Segundo dados da 14ª edição do Ranking do Saneamento, elaborado pelo Trata Brasil e divulgado no primeiro semestre deste ano, 84,1% da população brasileira recebe água na torneira em suas casas. Em relação ao esgoto, apenas 54,9% da população é atendida com coleta, uma proporção bem menor. Ainda de acordo com o Trata Brasil, um volume de esgoto sem tratamento equivalente a 5,3 mil piscinas olímpicas é despejado diariamente na natureza, em todo o território nacional, principalmente nas regiões mais pobres do país.

Neste cenário desafiador, a Sabesp procura se destacar de forma positiva para atender às exigências do Novo Marco do Saneamento dentro da sua área de abrangência no território paulista. “Pelo nosso planejamento, não teremos problemas em atingir a meta do novo Marco Legal”, garante Braga. “A grande maioria dos nossos contratos já previa a universalização em 2033 ou até antes disso. A Sabesp já comprovou sua capacidade econômico-financeira”. O executivo destaca que, em termos de receita operacional líquida, a Sabesp teve crescimento médio composto de cerca de 7% ao ano, nos últimos cinco anos.

O presidente da Sabesp admite, porém, que existem sérios desafios para que o novo modelo de saneamento estabelecido pela Lei nº 14.026 seja atingido em todo o país. Um deles é a formação de blocos de municípios para realizar licitações, de forma a garantir investimentos naqueles em que a operação seja deficitária. “Os processos licitatórios têm usado essa estratégia, mas é um tema que precisa ser tratado com toda a atenção para que os municípios mais pobres não fiquem para trás”, alerta Braga.

A empresa paulista de saneamento, de acordo com o executivo, também está de olho em novos negócios. Para isso, no ano passado reviu a sua Política de Novos Negócios, direcionando-a para o cenário nacional após a aprovação do Novo Marco Legal.

“Em linhas gerais, devemos optar por parcerias que agreguem qualidade à prestação de serviços. Em particular, estão sendo observadas oportunidades relacionadas à economia circular, como resíduos de estações de tratamento de água, esgoto e resíduos sólidos”, explica o diretor-presidente.

No caso de resíduos sólidos, por exemplo, são buscadas soluções para a disposição final de lixo urbano, incluindo possibilidades de aproveitamento energético desses rejeitos. Em Botucatu, por exemplo, já existe uma unidade de produção de fertilizante orgânico a partir do lodo gerado na estação de tratamento de esgoto.

Uma das novidades em novos negócios é o projeto para geração de energia fotovoltaica. A proposta, que está em fase de chamamento público, é utilizar áreas da Sabesp para instalação de usinas solares para alimentar estações de tratamento de água e esgoto e o mercado de energia. Outros projetos inovadores também estão sendo desenvolvidos pela companhia, como o de instalação de fibra óptica nas redes de esgoto para utilização pelas empresas de telecomunicações.

“Dada a expertise da Sabesp, considero que a empresa pode, a qualquer momento, buscar novos mercados. Esse processo, porém, será muito bem calibrado para que os recursos não sejam desviados das principais missões: segurança hídrica e universalização dos serviços onde já operamos”, conclui Braga.

Fonte: Valor.

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