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3º Fórum Valorização Energética de Resíduos – 2022

Imagem Ilustrativa

O Portal Saneamento Básico apoiou e esteve presente neste evento com mais de 550 participantes nos formatos presencial e online, contando com a participação dos principais players, especialistas do setor e representantes da Academia.  Foram discutidos os principais desafios e oportunidades enfrentados pelo setor de Recuperação Energética de Resíduos, permitindo o compartilhamento dos conhecimentos, apresentação de projetos em estudos e abordagens das melhores práticas em diversos países e como incorporá-las ao Brasil.

Realizado nos dias 06 e 07 de julho de 2022, o 3ª Fórum Valorização Energética de Resíduos organizado pelo Grupo FRG Mídias e eventos em parceria com a ABREN – Associação Brasileira de Recuperação Energética de resíduos foi um sucesso.

No discurso inaugural das Autoridades, Veronica Sanchez, Presidente da Agência Nacional de Águas (ANA) abriu o evento agradecendo a participação e discursando sobre como a Agência vem trabalhando em diretrizes regulatórias para o setor de resíduos sólidos no Brasil e prestação dos serviços adequadamente, de maneira estruturada e sustentável do ponto vista econômico, financeiro e ambiental. Segundo Sanchez, “O trabalho vem sendo realizado para estimular a adequação e conscientização dos serviços na base, ou seja, nos municípios, para que os titulares desses serviços nos municípios instituam suas bases e suas tarifas a fim de permitir a adequação do serviço e garantir a sustentabilidade do mesmo e avançar na recuperação energética dos resíduos sólidos”.

Antônio Bolognesi Presidente do Conselho da ABREN/WTEEC agradeceu a presença de todos e destacou que o saneamento básico no nosso país nunca foi um tema muito bem debatido e valorizado, apesar de ser uma questão de saúde pública, mas que felizmente o assunto está em pauta após a promulgação da Lei do Marco Legal do Saneamento, apesar de ainda não ter sido possível a execução de tudo o que está previsto nela. Apresentou a situação de 2010, onde 40% dos resíduos tinham destino inadequado e, consultando as mesmas fontes, a situação em 2021 continuou exatamente a mesma. O mesmo aconteceu com a taxa de reciclagem do nosso país, em 2010 era de apenas 2% e, agora, a situação é exatamente a mesma, ou seja, muita ideologia, mas na prática nada foi feito. Reiterou a importância de conscientizar o cidadão quanto à destinação adequada dos seus resíduos.


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Gesner de Oliveira, Professor da FGV, abordou sobre a importância da capacitação, apresentando o programa de MBA em Recuperação Energética, proposto pela ABREN, e que já tem sua primeira turma em curso, com módulos extremamente bem sucedidos, e cujo objetivo central é um plano de negócios. “Em breve será anunciada a segunda turma do Programa, e o sucesso se dá porque uniu a expertise e a prática com a experiência acadêmica”, destacou Oliveira.

Na palestra de abertura do Evento Yuri Schmitke Presidente Executivo da ABREN e do WtERT Brasil apresentou a estrutura da ABREN que está com 44 associados e com boa representatividade no setor. 

“O faturamento bruto de todos os associados da ABREN representa R$ 284 bilhões e é um motivo de grande orgulho poder representar interesses tão relevantes para o Brasil no investimento de infraestrutura, de tecnologias, geração de emprego, renda, mitigação de gases de efeito estufa, redução do dano a saúde pública e, também, o dano ao meio ambiente. É isto que a gente promove, a agenda ESG (Environment, Social e Governance) é levada a sério na ABREN perante seus associados e defendemos as melhores práticas na gestão de resíduos”, destacou Schmitke.

Ainda destacou Schmitke, “Um estudo feito pela ABREN, com um pouco mais da metade do lixo urbano produzido pelas 28 regiões metropolitanas do Brasil com mais de 1 milhão de habitantes é possível gerar energia para 27 milhões de residência e abastecer uma média de 100 milhões de pessoas”.

Rubens Aebi, Vice- Presidente da ABREN enfatizou a importância da comunicação e divulgação do tema de recuperação energética para os munícipes, prefeituras e população em geral.

“Já temos tecnologias adequadas e conhecidas e não estamos inventando nada de novo e a população tem que entender e compreender que já existem soluções para o Brasil sair do   atraso de 30-40 anos no setor de Saneamento”, comentou Aebi. 

Na sequência do evento, na Mesa redonda: Coalização Valorização Energética de Resíduos Estela Testa, Presidente da SINDESAM e Vice-presidente da ABIMAQ iniciou a apresentação agradecendo a participação e enfatizando que o setor de máquinas está preparado para a demanda. 

“Nós temos tecnologias para todas as vias tecnológicas para os processos e muitos dos nossos associados são empresas multinacionais que poderão trazer novas tecnologias para o Brasil, caso não haja disponibilidade no mercado”, destacou a executiva. 

Telines Basílio, Presidente da CONATREC (Confederação Nacional das Cooperativas) e COOPERCAPS (Cooperativas de reciclagem) comentou sobre como iniciou há 19 anos a criação da Associação de Cooperativas com apenas 20 catadores e hoje já inauguraram a sexta central de resíduos que geram atualmente mais de 380 postos de trabalho. 

“A relação com a ABREN é uma relação de confiança, eu como representante da categoria dos catadores e preocupado com a chegada da incineração no mercado, venho buscando conhecimento desta tecnologia para me tornar um elo de ligação entre a ABREN e os catadores para que eles tenham a certeza e a convicção que o trabalho deles não está sendo ameaçado em momento algum”, destacou Basílio.   

No painel Projetos Waste-to-Energy no Brasil, Antonio Bolgnesi apresentou o projeto Consimares, que é Consórcio Intermunicipal de Manejo de Resíduos Sólidos formado pelos municípios de Americana, Hortolândia, Monte Mor, Nova Odessa, Santa Bárbara d’Oeste e Sumaré. O Consimares foi criado para compatibilizar uma gestão integrada dos resíduos sólidos urbanos e quando implementado terá energia suficiente para abastecer metade da população da região. 

Mayara Guimaraes, Head de Renováveis e Assuntos regulatórios da Thymos, destacou os benefícios sociais, ambientais e econômicos da recuperação energética.

“Além dos benefícios ambientais, a recuperação de resíduos tem vantagens econômicas como a geração de energia e a arrecadação de impostos que essa usina consegue produzir” 

No segundo dia do Fórum, o Diretor de Departamento de Informação e estudos Energéticos do MME André Osório, comentou:

“Fiquei bem impressionado com o nível e qualidade das informações e a troca de conhecimento que este evento está entregando a sociedade. Este encontro é muito importante para compreensão do eixo Energy e a inserção do Brasil na transição energética”.

No painel Desafios na Estruturação de Projetos de Valorização Energética de Resíduos Marcos Torreão do BNDES comentou sobre os desafios que o banco enfrenta para montar uma solução que atenda toda a cadeia, considerando que normalmente são contratos de longo prazo, onde tem que ter a garantia de uma receita.

Alexandre Varela da Tetratech apresentou no painel Economia Circular no Contexto da Valorização Energética de Resíduos os critérios ESG nos projetos, relação com os stakeholders e toda interdependência para manter a boa gestão do empreendimento. 

O Fórum reforçou que o tema da Recuperação Energética envolve uma série de desafios a serem superados, mas também traz uma série de oportunidades, e, lembrando que o saneamento é uma importante ferramenta de inclusão social e promoção de dignidade humana e saúde pública, com reflexos diretos na saúde econômica do país.

Texto produzido por: Flavio H. Zavarise Lemos e Denise Akemi F. T. Trugillo 

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