Empreendimento, que será instalado na Fazenda Santa Inês, no Bairro Linhares, vai receber cerca de 150 m³ de resíduos, 20% do total produzido em JF.
Imagem Ilustrativa
Abordar questões sobre os impactos que podem ser provocados na comunidade e acerca do andamento do processo de licenciamento para implantação e construção de um Aterro Controlado de Resíduos da Construção Civil, no Bairro Linhares, Zona Leste, foi o objetivo da audiência pública realizada na Câmara Municipal na tarde desta terça-feira (22). Moradores do entorno apresentaram questionamentos sobre a implantação do aterro, que deve ser instalado em cerca e cinco dos 200 hectares da Fazenta Santa Inês.
A sessão teve como propositores os vereadores Juraci Scheffer (PT), presidente da Casa, e Luiz Otávio Coelho (Pardal, PSL), e contou com a presença de representantes da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), da Empav, do Demlurb, do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comdema), da empresa responsável pelo empreendimento e da Sociedade Pró-Melhoramentos (SPM) do Bairro Linhares.
Conforme Jefferson Rodrigues Júnior, responsável técnico da empresa Bota Fora Tratamento de Resíduos, o empreendimento é de pequeno porte e vai receber cerca de 150 m³ de resíduos Classe A, o que corresponde a 20% dos resíduos sólidos da construção civil de Juiz de Fora. Além de prestar informações sobre a implantação do aterro, ele destacou sua importância para aquela região, uma vez que irá recuperar uma área que foi degradada pelo processo de exploração de saibro e que vai servir de destino para resíduos de material de construção civil. “O objetivo é promover um aterro controlado, recuperar a área degradada com equilíbrio ambiental e em um local de fácil acesso, a fim de evitar grandes custos para o transporte desse material”, disse, afirmando que o empreendimento também representa empregabilidade para a população do entorno.
Já o engenheiro florestal Samuel Wilke, da Biosfera Consultoria Ambiental e Engenharia, enfatizou que o empreendimento irá contar com monitoramento ambiental, a fim de evitar que haja danos ambientais enquanto houver a implantação do aterro e ao longo do tempo de sua vida útil, estimada em 17 anos. “Será realizado um relatório anual à Secretaria de Meio Ambiente para o acompanhamento das questões ambientais relativas ao aterro.”
A secretária de Sustentabilidade em Meio Ambiente e Atividades Urbanas (Sesmaur) da PJF e também representante do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comdema), Aline Junqueira, lembrou que existe uma preocupação no diz respeito à drenagem e ao monitoramento de água dentro do processo que está sendo construído para a implantação do aterro. Segundo ela, esses cuidados estão sendo observados pela pasta e pelo conselho. Para a diretora-geral do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (Demlurb), Giseli Teixeira, a construção do aterro de resíduos é uma iniciativa possível de licenciamento e representa um avanço para a questão da destinação de resíduos em Juiz de Fora.
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Preocupações da comunidade
Durante sua intervenção na audiência, o representante da SPM do Bairro Linhares, Djalma Fonseca, ponderou que a comunidade gostaria de ter mais conhecimento sobre o projeto, porque os moradores se preocupam com algumas questões. “Nós, residentes do entorno, gostaríamos de ir até o local, acompanhar esses estudos e ver como será a implantação desse trabalho, porque queremos avaliar se irá impactar o bairro. Os moradores temem prejuízos para suas moradias”, ressaltou, solicitando que os responsáveis pelo empreendimento marquem uma reunião com os moradores, na qual prestem esclarecimentos. “Queremos garantias de que nossas casas não sejam prejudicadas e que não haja possibilidade de alagamentos”, afirmou.
Telespectadores que assistiam a sessão pela internet e pela JFTV Câmara encaminharam perguntas, questionando sobre trânsito pesado, possibilidade de engarrafamento nas vias de acesso ao bairro e possíveis transtornos para a comunidade. O presidente da Câmara, Juraci Scheffer, ressaltou que todos os pontos estão sendo debatidos e que o licenciamento ainda está em discussão.
Respondendo a alguns desses questionamentos, Jefferson Rodrigues afirmou que o empreendimento vai melhorar a região onde será implantado e disse que seus responsáveis estão abertos ao diálogo com os moradores para prestar esclarecimentos e levá-los para conhecer o local, com o objetivo de sanar dúvidas. “Isso não representará uma desvalorização para a região. Pelo contrário, o local era uma área degradada que será recuperada”, afirmou.
Fonte: Tribuna de Minas.