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CEOs da indústria da saúde

Gestão de resíduos e pilar ambiental desafiam CEOs da indústria da saúde

CEOs da indústria da saúde

O Brasil tem cerca de 5 mil hospitais, a maior parte de pequeno e médio porte. Independentemente do tamanho, todos têm em comum o complexo desafio de redução e gestão de resíduos em diferentes frentes. Grandes consumidores de insumos os hospitais sempre se preocuparam com o tratamento de resíduos para evitar o contágio por doenças. Porém, não podem mais se limitar a isso.

Segundo dados da Health Care Without Harm (HCWH) de 2019, só as unidades hospitalares emitem cerca de 2,5 vezes mais gases de efeito de estufa (GEE) do que os edifícios comerciais.

Os sistemas de saúde, de modo geral, respondem por mais de 4% da emissão global de CO2 – mais do que os setores da aviação ou do transporte marítimo, por exemplo.

“No Brasil, assim como no exterior, as ações estão muito centradas em serviços e medicamentos inovadores. Mas, nossas pesquisas mostram que os dois grandes segmentos da saúde, a indústria farmacêutica e os prestadores de serviços [hospitais, distribuidores de medicamentos, planos de saúde], ainda precisam olhar as questões mais ligadas à sustentabilidade ambiental”, avalia Bruno Porto, sócio da consultoria e auditoria PwC Brasil.

Ainda assim, a redução de gases que contribui para o aquecimento global está muito menos representada nas estratégias e na remuneração variável entre os CEOs no Brasil e no mundo do setor. A 25ª CEO Survey 2022 da PwC Brasil mostra que apenas 9% dos executivos da saúde no Brasil e no mundo têm metas relacionadas a emissões de GEE vinculadas à sua remuneração pessoal, ante 30% entre os líderes do setor de energia no mundo. Mesmo quem adota metas net zero assume compromissos centrados em eliminar o carbono em alguns processos internos e na cadeia de fornecedores, ou na busca por formas de distribuir medicamentos com veículos de transporte de baixa emissão de gases, por exemplo.

Olhando para esse nicho de mercado, a Philips, por exemplo, lançou no Brasil o Tasy EMR, software de gestão de dados e prontuário eletrônico que já é aplicado em 1650 unidades no país. Além de promover a redução de papel, o sistema permite, por exemplo, que as unidades hospitalares e clínicas aumentem a eficiência de suprimentos farmacêuticos, reduzindo a geração de lixo químico e gastos desnecessários.

“Enxergamos que a relação entre a saúde humana e a saúde ambiental está altamente conectada e, assim, carregamos em nosso portfólio o que há de mais inovador em tecnologia da saúde, visando a economia nos materiais necessários e a redução das emissões de CO2”, diz Felipe Basso, diretor geral de Health System da Philips no Brasil.


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Outras iniciativas para a menor geração de resíduos dependem menos do desenvolvimento tecnológico e mais de avanços regulatórios, como no caso da chamada blisterização, ou seja, a venda de medicamentos em doses individualizadas e de acordo com cada recome |ndação médica. “Esse é um processo que já ocorre nos Estados Unidos. É um tema mais amplo, que envolve discutir como capacitar as farmácias e toda a cadeia de distribuição de forma a tornar a blisterização segura ao consumidor”, pondera Bruno Porto.

Enquanto isso não acontece, parte da indústria farmacêutica está partindo para a troca de embalagens plásticas e de isopor por alternativas mais sustentáveis, como as feitas a partir da fibra do algodão ou papel cartonado, que emitem menos CO2 em sua produção.

Os setores de Cosméticos, Biocosméticos, Higiene Pessoal, Farmacêuticas e Hospitalares representam quase 15% do total de clientes da eureciclo.

Fonte: FA.

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