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Usina de compostagem de lixo ‘verde’ em Campinas/SP começa operação em maio, planeja Prefeitura

São recolhidos, diariamente, cerca de 300 toneladas de troncos, galhos e palha de grama na cidade. Licença de operação da Cetesb está prevista para meados de abril.  A usina de compostagem ficará instalada na fazenda do Instituto Agronômico de Campinas (IAC).

A Prefeitura de Campinas (SP) prevê para maio o início das operações da usina de compostagem para lixo “verde” na cidade. Por dia, a metrópole produz cerca de 300 toneladas desse material, que inclui troncos, galhos, palha de grama, frutas e verduras descartadas e lodo de tratamento de esgoto. Para ser autorizada a funcionar, a usina ainda depende de uma licença da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).

O projeto é uma parceria entre a administração municipal, a Sanasa – responsável pelo tratamento de água e esgoto -, a Ceasa e o Instituto Agronômico de Campinas (IAC), que cedeu uma área da Fazenda Santa Elisa, onde fica localizado o instituto, de 164 mil metros quadrados para implantação da usina.

Em entrevista ao G1, o secretário municipal de Serviços Públicos, Ernesto Paulella, afirma que 100% do lixo “verde” será transformado em adubo orgânico, que será testado e qualificado pelo IAC.

“Caberá ao IAC fazer todas as análises de nutrição vegetal. Vai pegar o fertilizante produzido, testar nas culturas experimentais dele e vai fazer as análises de fertilidade. Vai dar o selo de qualidade que vai atestar a fertilidade do adubo”, explica o secretário.

O fertilizante pronto será comercializado pela Ceasa e também será usado em áreas verdes, como praças, parques e bosques da cidade.

Outras licenças necessárias

Paulella afirma que o projeto já possui outras licenças emitidas pela Cetesb. A licença prévia, quando o projeto foi aprovado, e a licença de instalação, necessária para fazer a terraplanagem e colocação dos drenos no terreno da fazenda do IAC, já em andamento.

A pendência é a licença de operação, prevista para abril deste ano.

“Está pendente a licença de operação da Cetesb, prevista para meados de abril, para começar a enviar os materiais para lá para processar. A partir da licença, em no máximo 30 dias começa a operação”, explica.

Por nota, a Cetesb explica que “aguarda a Prefeitura Municipal concluir a instalação de todos os equipamentos necessários para o processamento dos resíduos, para então acompanhar os testes de funcionamento da unidade para poder emitir a Licença de Operação”.

De acordo com o órgão, a previsão é que este licenciamento seja concluído até o final de maio.

usina

Divisão de responsabilidades

  • Prefeitura – vai fornecer parte do lixo “verde” (galhos, troncos e palha de grama) decorrente de áreas públicas e fica responsável pelo operacional da usina.
  • Ceasa – vai fornecer frutas e legumes descartados e vai comercializar o fertilizante junto aos agricultores.
  • Sanasa – fez a compra dos equipamentos (triturador de galhos e troncos, compostador e peneira rotativa), com investimento de R$ 6,7 milhões, fez a cessão deles para a Prefeitura e vai fornecer o lodo resultante do tratamento de esgoto para a usina.
  • IAC – cedeu a área para implantação da usina e vai testar e qualificar o adubo orgânico.

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Custos da operação

O secretário da Pasta afirma que o volume de lixo verde da cidade é encaminhado, atualmente, para o aterro sanitário Estre, em Paulínia (SP), sob o custo mensal aproximado de R$ 1 milhão.

“Vamos deixar de mandar para o aterro sanitário perto de 1/4 de todo o lixo que vai hoje para o Estre. Significa uma economia aproximada de R$ 1 milhão por mês, que nós vamos deixar de pagar para o Estre”, explica Paulella.

A operação da usina está orçada entre R$ 250 mil e R$ 300 mil por mês – com custo de funcionários, veículos e operadores dos equipamentos. Esse montante será coberto com a economia feita a partir do término de envio do lixo ‘verde’ para Paulínia, segundo o secretário.

A operação da usina está orçada entre R$ 250 mil e R$ 300 mil por mês – com custo de funcionários, veículos e operadores dos equipamentos. Esse montante será coberto com a economia feita a partir do término de envio do lixo ‘verde’ para Paulínia, segundo o secretário.

“Vamos ter, nesse encontro de contas, um superávit. O restante do valor economizado fica no Tesouro, no caixa da Prefeitura, não necessariamente da Secretaria de Serviços Públicos”.

maquina

Fase de testes

G1 foi até o aterro Delta A, que recebe atualmente os materiais do lixo ‘verde’, destinados posteriormente ao aterro sanitário Estre, em Paulínia. As máquinas que serão usadas na usina foram colocadas no Delta para uma fase de testes.

São três equipamentos, cada um com uma função: triturador (usado para picar galhos e troncos), peneira rotativa e um compostador. As máquinas estão em atividade com os produtos enviados pela Prefeitura, Ceasa e Sanasa. Em breve, esses materiais irão direto para a fazenda do IAC.

“Os caminhões que fazem a limpeza das praças, que levam atualmente para o Delta A e depois para o Estre, vão levar direto para a usina”, explica Paulella.

Demanda da RMC

De acordo com a Prefeitura, a usina foi projetada para atender, também, a demanda de lixo ‘verde’ da Região Metropolitana de Campinas (RMC). No entanto, aguarda o início dos trabalhos para ter condições de fazer a oferta aos municípios.

“Inicialmente vamos trabalhar só com Campinas, até que a gente consiga calibrar todos os equipamentos. […] A gente acredita que, com três meses de operação, nós já estaremos com a expertise necessária para a abrir para outros municípios”, explica o secretário.

Sem relação com a PPP do Lixo

Paulella esclarece que essa usina de compostagem não tem relação com a Parceria Público-Privada (PPP) do lixo, que também prevê uma usina, mas que vai processar lixo urbano, e não ‘verde’ e público.

Sobre a PPP, foi realizada a segunda audiência pública em 14 de março, que havia sido recomendada pelo Ministério Público para discutir mais a questão da reciclagem e das cooperativas de catadores de lixo.

“Agora, estamos na fase de elaboração do termo de referência para o edital da PPP do lixo, que deve ser publicado entre 30 a 45 dias [até meados de maio]”.

Fonte: G1

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