Estudo Estados Abastecimento Água
As mudanças climáticas estão agravando os desafios no saneamento básico no Brasil. Conforme aponta um estudo inédito realizado pelo Instituto Trata Brasil em parceria com a WayCarbon.
O estudo analisou os impactos de fenômenos como tempestades, secas e ondas de calor no consumo de água e no saneamento básico até 2050, identificando os estados mais vulneráveis e propondo ações para mitigar os efeitos.
Os estados do Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Rio de Janeiro são apontados como os mais vulneráveis a tempestades intensas. No Rio Grande do Sul, 92% das cidades apresentam alto risco de falhas no sistema de abastecimento, devido a danos em estruturas como adutoras e bombas, além de dificuldades no tratamento da água, especialmente em regiões onde o abastecimento depende de mananciais superficiais. A alta concentração de sedimentos nos rios após tempestades intensas compromete a qualidade da água e reduz a eficiência no tratamento.
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No sistema de esgoto, os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina enfrentam maiores riscos de contaminação de águas superficiais devido a chuvas concentradas. O transbordamento de efluentes brutos em áreas com coleta de esgoto insuficiente aumenta a contaminação, expondo a população a doenças como leptospirose e diarreia. Entre as capitais mais vulneráveis estão Florianópolis, Belém e Vitória. Já as menos afetadas incluem Salvador, Rio Branco e Recife.
Estudo Estados Abastecimento Água
Além dos impactos no abastecimento e no sistema de esgoto, as tempestades e secas podem danificar infraestruturas essenciais, como Estações de Tratamento de Água, afetando diretamente o fornecimento de água. Um exemplo ocorreu no Rio Grande do Sul em 2024, quando chuvas intensas paralisaram duas das seis estações de Porto Alegre.
O estudo destaca a importância de governos e concessionárias integrarem os riscos climáticos no planejamento de políticas públicas. Ações preventivas incluem reforço das infraestruturas de saneamento, aumento da eficiência no tratamento de água e o desenvolvimento de sistemas alternativos para períodos de seca, com o objetivo de reduzir os impactos na saúde e na qualidade de vida da população.
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Para sua elaboração, o estudo utilizou modelos climáticos do IPCC e dados oficiais sobre saneamento no Brasil. Destacando a urgência de respostas estruturantes frente às mudanças climáticas.
Fonte: Grande FM.