saneamento basico

Avaliação do desempenho de 9 (nove) estações de tratamento de esgoto, no município de Petrolina –PE, Brasil

Resumo

O presente trabalho tem o objetivo de demonstrar a eficiência de 9(nove) Estações de Tratamento de Esgoto(ETE´s), no município de Petrolina-Pernambuco, Brasil, operadas pela Companhia Pernambucana de Saneamento (COMPESA), através do monitoramento de parâmetros e métodos estabelecidos pela Resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) n° 430 de 2011.

A pesquisa foi realizada nos meses agosto a novembro de 2016, com a realização de coletas e análises laboratoriais do esgoto bruto e tratado das 9(nove) Estações de Tratamento de Esgoto, para avaliação da conformidade legal e da eficiência de tratamento das unidades operacionais em relação ao percentual de remoção de Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO).

Avaliando os parâmetros pH, temperatura(°C) sólidos sedimentáveis(mL/L), óleos e graxas, que são estipulados com parâmetros obrigatórios na Resolução CONAMA n° 403 de 2011, todas as estações de tratamento de esgoto avaliadas estiveram em conformidade legal nos meses em que foram realizados os estudos.

As Estações de Tratamento de Esgoto apresentaram resultados de eficiência média de remoção de DBO satisfatórias: ETE João de Deus (78%), ETE COHAB VI (89%), ETE Ouro Preto (67%), ETE COHAB IV(91%), ETE Loteamento Recife(89%), ETE Vila Marcela(82%), ETE Jardim Petrópolis(89%), ETE Antônio Cassimiro(74%) e ETE Dom Avelar(90%), porém a ETE Antônio Cassimiro, no mês de agosto de 2016 e a ETE Ouro Preto no mês de setembro de 2016, apresentam concentração de DBO acima de 120 mg/L, ou seja, acima do estipulado pela Resolução CONAMA n° 430 de 2011, contudo, o resultado da ETE Antônio Cassimiro pode ser justificado pelo recente início da operação desta unidade e consequentemente a necessidade de adaptação da bactérias anaeróbias nos reatores UASB, e da ETE Ouro Preto, pode estar relacionado com erro no procedimento de coleta do esgoto bruto.

Introdução

O saneamento ambiental é essencial para o desenvolvimento econômico e social, por exercer fundamental contribuição para saúde publica e para proteção e melhoria da qualidade ambiental . Em virtude da demanda, os países em desenvolvimento, como o Brasil, têm recebido um grande aporte de recursos nas áreas de saneamento. Contudo, as condições do saneamento no Brasil e em outros países em desenvolvimento ainda são preocupantes, principalmente nas regiões Norte e Nordeste brasileira.

De acordo com os dados publicados em 2016 pelo Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento (SINIS), no Estado de Pernambuco houve investimentos no valor de 707,3 milhões em saneamento no ano de 2014, considerando os recursos para abastecimento de água, esgotamento sanitário, drenagem urbana e resíduos sólidos. Apesar, dos altos investimentos no setor, de acordo com os dados relacionados especificamente ao esgotamento sanitário, levando em consideração a região Nordeste, apenas 31,1% do esgoto é coletado, e desse volume, apenas 78,5 % é tratado. No contexto nacional, houve um aumento no volume de esgoto tratado entre os anos de 2013 e 2014, onde houve um acréscimo de 3,624 bilhões de m3 em 2013 para 3,764 bilhões de m3 em 2014, correspondendo a um incremento de 3,9%.

Apesar dos resultados alarmantes da pesquisa, a cidade de Petrolina-PE, destacou-se no ranking do Saneamento das 100 melhores cidades do Brasil do Instituto Trata Brasil, aparecendo em 35° lugar, sendo a 2ª melhor cidade do Nordeste, levando em consideração os dados do Sistema Nacional de Informação de Saneameto de 2015. No indicador de atendimento urbano de esgoto, a cidade de Petrolina apresenta 84,64% de cobertura. Além disso, Petrolina está no sétimo lugar no ranking das 20 melhores cidades do Brasil levando em consideração o indicador de investimento/arrecadação. Esse indicador mostra a razão entre o total investido no município e o total arrecadado com serviços de água e esgoto. Portanto, Petrolina ficou com o indicativo de 0,79, sendo que o valor máximo igual a 1, demonstrando assim, que o município está realizando esforços para universalizar seus serviços de saneamento (INSTITUTO TRATA BRASIL, 2015).

Atualmente, o sistema de esgotamento sanitário do município é composto por tratamento biológico, dentre eles, as lagoas de estabilização, reatores anaeróbios de fluxo ascendente e manta de lodo(UASB ou RAFA), filtros biológicos, aerados, anaeróbios e percoladores. Os processos biológicos para o tratamento de esgotos possuem grande aplicabilidade em países tropicais, que possuem elevadas temperaturas na maior parte do ano. Uma tecnologia de tratamento biológico são amplamente utilizados devido a eficiência para tratamento de efluente domésticos, de fácil operação e de baixo custo. Nas lagoas de estabilização, reatores, filtros biológicos ocorre a estabilização do composto orgânico mediante processos biológicos, resultando assim, na remoção de matéria orgânica e em alguns casos, patógenos e nutrientes.

Autores: Marcella Vianna Cabral Paiva; Silvia Mariana da Silva Barbosa; Thaimara de Araujo Souza; Enedina Louise Souza e Bárbara Ribeiro.

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