saneamento basico

A aplicabilidade do chorume oriundo do processo de compostagem biofertlizante orgânico para agricultura sustentável

Resumo

O objetivo deste estudo foi avaliar a eficiência do chorume, oriundo do processo de compostagem de resíduos orgânicos, em diversas porcentagens, na rega de três culturas distintas: Couve Manteiga da Geórgia (Brassica oleracea var. acephala), Pimenta Malagueta (Capsicum frutescens ‘Malagueta’) e grãos de Feijão (Phaseolus vulgaris). A montagem da leira ocorreu no Laboratório de Práticas Ambientais da Universidade CEUMA, sendo o período experimental de 16 de março até o dia 16 de maio de 2018, durando 60 dias, baseado em Góes et al. (2011) adaptado. Ao todo foram realizados 33 tratamentos sendo organizado da seguinte forma para cada cultura: T1 – 100% H2O; T2 – 10% chorume; T3 – 20% de chorume; T4 – 30% de chorume; T5 – 40% de chorume; T5 – 50% de chorume; T6 – 60% de Chorume; T7 – 70% de Chorume; T8 – 80% de chorume; T9 – 90% de chorume; T10 – 100% de chorume. O solo utilizado para o plantio das culturas teve os parâmetros físico-químicos analisadas no Laboratório de Física da Universidade Estadual do Maranhão – UEMA, seguindo a metodologia da EMBRAPA, 2017. As análises físico-químicas e microbiológicas do chorume foram realizadas pelo laboratório ACQUA, segundo Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 22a edição, 5210 B. Os maiores índices de crescimento e de germinação foram obtidos nos substratos: T1; T2; T3; T4 e T5(40%) nas sementes de feijão, couve e pimenta. Sendo assim, O chorume pode ser utilizado como biofertilizante nas diferentes culturas testadas, pois o mesmo com até 40% de concentração, ocasionou um crescimento significativo das estruturas vegetativas das variedades experimentadas. Isso é corroborado com relação as altas concentrações de DBO e DQO, pois o solo pulverizado com o chorume, reteve a matéria orgânica presente no composto, assim transmitindo estes nutrientes para as plantas, o que ocasionou sua maturação biológica.

Introdução

O crescimento demográfico no mundo, gera necessidade de intensificação na produção de insumos alimentícios. Desta forma, sendo diretamente proporcional ao um maior acúmulo de resíduos gerados pelo homem. Os resíduos orgânicos são constituídos por insumos de atividades humanas presentes no dia a dia, podendo ter diversas origens como: doméstica, agrícola e saneamento básico. São resíduos que no meio ambiente equilibrado, se degradam espontaneamente, mas em áreas urbanas podem ser um grave problema ambiental, se transformando em vetores de doenças e causadores de poluição.

A compostagem por sua vez, degrada este resíduo produzindo assim, um composto orgânico que pode ser utilizado na agricultura como adubo orgânico. O composto orgânico é o material obtido da compostagem; possui cor escura, é rico em ácido húmico (húmus) e contém de 50% a 70% de matéria orgânica. É classificado como adubo orgânico, pois é preparado a partir de estercos de animais e/ou restos de vegetais que, em estado natural, não têm valor agrícola. Recebe esse nome pela forma como é preparado: montam-se pilhas compostas de diferentes camadas de materiais orgânicos. A composição do composto orgânico, depende da natureza da matéria-prima utilizada (EMBRAPA, 2004).

Com sua degradação natural, esse resíduo tende a produzir um líquido viscoso e escuro que recebe o nome de chorume, ele pode ser originado de três formas: da umidade natural do lixo, da água de constituição da matéria orgânica, durante o processo de decomposição, como também da decomposição das bactérias existentes nos resíduos. O chorume é um líquido gerado no interior de uma grande acumulação de resíduos, caracterizado por possuir elevados valores de DQO (demanda química de oxigênio) e DBO (demanda bioquímica de oxigênio) (SERAFIM et al., 2003).

Quando o chorume é despeço em aterros e lixões de maneira não controlada, ele provoca vários danos ambientais como, contaminação do solo e lençóis freáticos, altera a qualidade do ar pois o mesmo produz gases, atrai diversas enfermidades. Mas quando separados na fonte (ou seja, quando os resíduos orgânicos não são misturados com outros tipos de resíduos) a reciclagem dos resíduos orgânicos e sua transformação em adubo ou fertilizante orgânico pode ser feita em várias escalas e modelos tecnológicos (BRASIL, 2018).

 

Autores: Rafaelle Fonseca Cruz; Osman José de Aguiar Gerude Neto; Stephanie Jael Negrão de Freitas; Jeferson Botelho Rodrigues e Déborah Luisa Lucas da Silva.

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