saneamento basico

Coleta de esgoto em áreas de difícil acesso e de proteção ambiental rede de esgoto suspensa em perfil metálico (Rede Aérea)

Resumo

Devido ao crescimento desordenado que afeta a região, as equipes da UGR São Mateus têm se empenhado em busca de soluções concretas que atendam às demandas da população. Uma das prioridades foi a intensificação da coleta de esgoto em áreas de difícil acesso e que não poderiam ser atendidas por métodos construtivos tradicionais. No início do ano de 2016 surgiu uma demanda relativa a esgoto que estava sendo lançado em uma nascente, que até então era preservada. No local em questão surgiu uma ocupação irregular e foram construídos imóveis sobre a rede de esgoto, causando o rompimento da mesma e desviando a contribuição local para a nascente. Por se tratar de fundo de vale e topografia de alta declividade tornaram-se inviáveis métodos interventivos tradicionais, sendo necessária uma nova metodologia. Dessa forma, desenvolvemos um método inovador e não convencional, “a rede de esgoto aérea”, suspensa em perfis metálicos, passando pelo fundo de vale e conectando em uma rede existente do lado oposto ao problema, onde foi interligado ao coletor tronco, enviando todo o esgoto que antes afetava a nascente para tratamento.

Introdução

Em uma das áreas atendidas por esta UGR, um terreno que era utilizado como passagem da tubulação de coleta de esgoto local foi invadido em 2011. No local foram construídas moradias e neste processo ocasionou a obstrução do fluxo do coletor de esgoto que atendia a cerca de 250 moradias, em torno de 1000 habitantes. Após este fato o esgoto proveniente desse sistema começou a aflorar dentro de um parque nas imediações, passando então a contaminar uma nascente até então preservada, com aproximadamente 64m3 de esgoto/dia. Surgiu então o desafio de atender a uma demanda imediata: alterar o fluxo da rede para outro encaminhamento o mais rápido possível.

A não solução de tal demanda certamente traria consequências imprevisíveis para a organização, como por exemplo: multas da Prefeitura do Município, bem como dos órgãos de proteção ao meio ambiente, e consequentemente reclamação de clientes que pagam pela coleta de esgoto para tratamento, uma vez que o sistema de coleta de esgoto não estava operando adequadamente. Vale ressaltar ainda que o lançamento de esgotos em cursos d’água configura-se em crime ambiental (conforme Lei Federal 9.605/98 – Lei de Crimes Ambientais), evidenciando que o risco do problema gerado para a organização é extremamente relevante.

Como causa raiz do problema, destacamos que no local em questão surgiu uma ocupação irregular e foram construídos imóveis sobre a rede de esgoto, causando o rompimento da mesma e desviando a contribuição local para a nascente. O projeto inicial previa inversão do fluxo da rede de esgoto através de execução por MND (método não destrutivo), porém era extremamente complexo, demandaria maior tempo de execução e com alto custo, versus a restrição de recursos financeiros para execução.

Após o surgimento de tal problema, foram realizadas diligências na área afetada e em seu entorno, e foi constatado que a perfuração de uma alvenaria estrutural de um dos imóveis construídos irregularmente danificou a rede coletora existente. Técnicos da UGR constataram que não seria possível a realização de reparos da rede, uma vez que esta se encontrava alocada sob os imóveis já consolidados, e que seria necessária a construção de uma rede que utilizasse um outro encaminhamento. Na etapa preliminar do projeto havia a necessidade de executar uma rede que possibilitasse a reversão do fluxo do esgoto, passando-o por uma profundidade de aproximadamente 5 e 6 metros em MND (método não destrutivo). O grupo constatou que seria possível a resolução do problema encontrado, no entanto haveria um custo muito elevado e tempo de execução demorado, o que seria prejudicial. A agilidade das análises, dos estudos e de execução da obra estão detalhados a seguir.

Com o intuito de atender à demanda, montou-se uma equipe multidisciplinar composta por vários setores da UGR São Mateus e parceiros externos, como por exemplo: as lideranças e força de trabalho das respectivas áreas de engenharia, célula de esgoto, prestador de serviços da área de construção civil, Prefeitura do Município de São Paulo e Secretaria do Verde, além de representantes da comunidade local. A Engenharia e Célula de Esgoto ficaram responsáveis por estudos topográficos e elaboração de projeto executivo num prazo de cinco a dez dias, demonstrando agilidade na elaboração das análises e estudos. A Prefeitura do Município e Secretaria do Verde ficaram responsáveis por autorização de obra e licenças ambientais, num prazo de 48 horas após a elaboração do projeto; a construtora responsável pela execução da obra teria um prazo de 20 dias para a conclusão da mesma, atendendo à necessidade de agilidade da execução da obra.

Autores: Gidevaldo Pereira dos Santos; Amarildo Miguel; Ismael Ferreira; Luis Carlos Bolzan e Pedro Geraldo de Oliveira.

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