saneamento basico

Análise crítica dos novos procedimentos para detecção de vazamentos não visíveis

Objetivo

A medida de eficiência operacional das empresas de saneamento nos dias atuais são seus indicadores de controle de perdas. Os mais recentes conceitos e estudos acabam colocando a detecção de vazamentos não visíveis entre as quatro mais importantes ações para o controle e diminuição de perdas, não importando que tipo de índices ou indicadores seja utilizado. Este trabalho tem como objetivo apresentar, através dos resultados obtidos pelas equipes de detecção de vazamentos da Sabesp, Região Metropolitana de São Paulo, UN Sul, Divisão de Controle de Perdas Sul – MSEP, obtidos ao longo dos anos de 2002/2003, utilizando os procedimentos estabelecidos pela ABENDE – Associação Brasileira de Ensaios não Destrutivos, as vantagens e desvantagens destes procedimentos e também propor algumas sugestões, em função das experiências obtidas ao longo de dois anos de aplicação dos mesmos.

Metodologia

A metodologia utilizada para a elaboração deste trabalho baseia-se na avaliação dos relatórios obtidos, seu acompanhamento e discussão, testes comparativos entre os vários modos de trabalho, análise econômicofinanceira para melhor aproveitamento e dimensionamento das equipes.

Para melhor entendimento, cabe um pequeno histórico sobre a detecção de vazamentos e o início da implantação dos procedimentos ABENDE.

Até meados do ano de 1999, a detecção de vazamentos não visíveis na UN Sul mantinha equipes noturnas, utilizando basicamente geofones mecânicos para a execução de seu trabalho, que consistia de varreduras em setores de abastecimento, áreas de VRP´s, Boosters e nas pesquisas denominadas “especiais”, pesquisas estas solicitadas pelos Pólos de manutenção para auxiliar suas equipes de reparos na localização de vazamentos pontuais.

As equipes praticavam o trabalho noturno pois os equipamentos utilizados não possuíam a capacidade de detecção dos atuais, nem existiam as técnicas e procedimentos necessários para trabalhar com pressões menores, características do período diurno.

Com a introdução de novos equipamentos para a detecção de vazamentos não visíveis, com amplificadores eletrônicos de maior sensibilidade e maior amplitude de detecção, criou-se a condição de detectar-se vazamentos no período diurno.

Para tanto, sentiu-se a necessidade de se conhecer e praticar os procedimentos adequados que permitissem a melhor utilização dos equipamentos, dentro dos fatores limitantes que o trabalho diurno impõe.

Esses novos procedimentos foram criados por representantes de um grupo de empresas, públicas e privadas, a partir de modelos de trabalho existentes em diversos países, adaptando as melhores idéias às condições nacionais. A partir desse modelo, criou-se as bases necessárias para que, uma vez comprovado o acerto do mesmo, este fosse inserido na Associação Brasileira de Ensaios não Destrutivos – ABENDE, denominado PR – 051, visando a padronização de sua aplicação pela qualificação e certificação dos técnicos em detecção, bem como das exigências mínimas de equipamento.

Cabe abrir um parágrafo para uma rápida explicação da ABENDE.

Essa associação foi criada visando padronizar procedimentos de trabalho, em ensaios não destrutivos, inicialmente ligados a industria Petrolífera, Principalmente a Petrobrás, estendendo num período posterior para áreas como a industria aeronáutica, nuclear, naval e automobilística, apenas para citar as que agregam maior tecnologia de ponta.

A participação de empresas como a Sabesp, Sanepar, Cobrape, BBL, Sanit, Mogno, Etep, etc, em todos os passos na criação desses procedimentos foi um fator determinante para que estas práticas tivessem o aval da seriedade e qualidade necessárias para que sua aplicação e aceitação na ABENDE, permitindo um real ganho de eficiência e eficácia no trabalho de detecção de vazamentos não visíveis.

Isso posto, a UN Sul treinou em torno de 45 pessoas envolvidas na atividade de detecção de vazamentos não visíveis, tendo já qualificado e certificado dois Nível N3 – Universitários, um Nível N2 – Técnico e um Nível N1 -Operacional, estando o restante da equipe em processo de qualificação.

Parte dessas pessoas estão ligadas diretamente aos Pólos de manutenção, visando dar continuidade nas pesquisas “especiais”, desvinculando, as equipes ligadas diretamente na varredura propriamente dita da execução destes serviços.

Autores: José Antonio Golfetto;  Luis Augusto Vieira dos Santos;  Nilton Zaniboni;  Pierre Ribeiro de Siqueira.

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