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E-book: Educação Ambiental Sobre Manguezais

Resumo

Atualmente, o manguezal é reconhecido por sua importância socioeconômica e ecológica, principalmente por gerar condições favoráveis de alimentação, reprodução e proteção para muitas espécies marinhas de interesse comercial (Schaeffer-Novelli, 1995). Entretanto, apesar da crescente conscientização, os manguezais que fazem parte de sistemas estuarinos, bem como outros ambientes costeiros, têm sofrido cada vez mais com atividades de mineração, descarga de efluentes não tratados (domésticos e industriais), aterramentos, desmatamentos e ocupação inadequada (Goulart & Callisto, 2003), de modo que se forem mantidas as atuais taxas de destruição desse ecossistema, em aproximadamente 100 anos não teremos mais nenhuma área de manguezal (Duke et al., 2007). Nos últimos anos os manguezais têm sido alvo crescente em estudos sobre contaminação, em especial aqueles que tratam de espécies com potencial bioindicador do estado de conservação deste ecossistema, como é o caso do caranguejo-uçá, conforme indicam testes de cito e genotoxicidade (Duarte et al., 2016, 2017; Ortega et al., 2016; Pinheiro et al., 2017).

Introdução

O manguezal é um ecossistema localizado em terras baixas existentes nas zonas do entre marés em regiões costeiras, na maioria das vezes, abrigado por rios, compreendendo um sistema estuarino de menor ou maior complexidade. Trata-se de um ambiente sui generis, geralmente constituído por solo de granulometria fina, apresentando consistência lodosa e inconsolidada, com baixo teor de oxigênio, rico em matéria orgânica e, principalmente, marcado por extrema variação de salinidade em função de sua sujeição ao regime de marés (Schaeffer-Novelli, 1995). Essas regiões também estão submetidas a chuvas intensas e frequentes, além de uma grande taxa de sedimentação, oferecendo, assim, uma grande variedade de tipos de substratos e altos níveis de nutrientes.

O sedimento de manguezal é inundado todos os dias por águas mais salinas provenientes das marés, trazendo e levando folhas, sementes, propágulos, larvas e formas juvenis de vários animais, entre os quais figuram os moluscos, crustáceos e peixes. A escassez de oxigênio no solo faz com que as raízes se projetem em direção à atmosfera, ficando expostas ao ar. O solo lamacento e salino possui uma grande quantidade de sulfeto de hidrogênio (H2 S), que determina um odor forte de putrefação, similar ao do ovo em decomposição.

A salinidade varia diariamente conforme a entrada e saída das marés, que por sua vez depende da geomorfologia estuarina, determinando o aporte de água salgada que entra em direção ao rio e o quanto de água doce (ou continental) sai em direção ao mar. Assim, na maré enchente o ambiente fica predominantemente salino, enquanto nas marés vazantes a água doce invade as margens ribeirinhas cobertas por mangue, gerando uma baixa salinidade relativa. Geralmente, a situação que se encontra em medições é a de um gradiente variável de salinidade, que é mais salina próximo ao mar e diminui com a intrusão rio adentro.

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