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Esquistossomose mansônica: plano de intervenção para educação, orientação, tratamento e prevenção

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Resumo

A esquistossomose mansônica é uma doença de caráter endêmico no estado de Alagoas e se destaca pela sua potencialidade de causar doença grave. Considerada doença de populações pobres e com baixo nível socioeconômico, sua transmissão ocorre por veiculação hídrica, em águas contaminadas com o caramujo vetor. Considerando-se que a propagação da doença está relacionada às condições sanitárias, hábitos culturais e falta de esclarecimento da população, este estudo tem o objetivo de propor um plano de intervenção para orientar, educar e prevenir a disseminação e contágio da esquistossomose mansônica na população atendida da Unidade Básica de Saúde Rua da Estiva, no município de Marechal Deodoro/AL. O plano operativo contempla ações de educação em saúde, rastreio de indivíduos infectados e tratamento dos casos encontrados. Espera-se que a execução deste projeto de intervenção possa reduzir a incidência da esquistossomose mansônica e colaborar com a promoção da saúde na comunidade.[/vc_column_text][vc_column_text]

Introdução

A atenção primária em saúde atua como porta de entrada de fácil acesso do usuário ao sistema de saúde e por isso é responsável pelo primeiro atendimento dos problemas mais comuns da população. Sabe-se que o primeiro contato com a atenção primária está associado à menor utilização de serviços especializados e consultas em sala de emergência (STARFIELD, 2002).

Importante problema e de alta prevalência nas unidades de saúde da família são as parasitoses intestinais. Dentre elas, destaca-se a esquistossomose mansônica devido ao seu elevado potencial de morbidade e mortalidade, principalmente por hemorragia digestiva alta (PALMEIRA et al, 2010; D’IPPOLITO, 2013).

A esquistossomose mansônica é uma doença parasitária de evolução crônica (D’IPPOLITO, 2013), sendo considerada uma doença negligenciada e subnotificada em todo o mundo (SECRETARIA DO ESTADO DE SAÚDE, 2009).

Dados do Ministério da Saúde mostram que a esquistossomose, no Brasil, causa mais óbitos (em média, mais de 500 a cada ano) que a dengue, a leishmaniose visceral e a malária (SECRETARIA DO ESTADO DE SAÚDE, 2009).

É doença indicativa do nível socioeconômico e um dos grandes problemas de saúde pública em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, principalmente do Brasil (PASSO; AMARAL, 1998). A transmissão ocorre pela contaminação da água com fezes de um indivíduo infectado, o parasita se desenvolve no caramujo da espécie Biomphalaria glabrata, tornando-se então, capazes de infectar outras pessoas.

Os indivíduos jovens, na fase produtiva são os mais acometidos (SILVA et al., 1998), provavelmente pelos seus hábitos de lazer em rios. Sabe-se que resquícios de fezes na região perianal de pessoas infectadas podem contaminar as águas durante a recreação (SANTOS; MELO, 2011).

A prevalência mundial da esquistossomose é estimada em 200 milhões de pessoas (D’IPPOLITO, 2013). A região nordeste do Brasil é uma região endêmica para a parasitose. O estado de Alagoas apresenta o mais alto índice de prevalência, quando se compara os estados do Nordeste e Sudeste, sendo que cerca de 60% do território do estado é endêmico e aproximadamente dois milhões de pessoas estão expostas à infecção (PALMEIRA et al., 2010).

No município de Marechal Deodoro-AL, que possui uma população pobre com índice de desenvolvimento humano de 0,649, considerado baixo (IBGE, 2000), observam-se inúmeros fatores que favorecem ao desenvolvimento da esquistossomose mansônica, visto que a doença tem íntima relação com condições higiênicas precárias e recursos sanitários inadequados (SANTOS; MELO, 2011). Dentre eles destacam-se a falta de saneamento básico, considerado adequado em 46,3% das residências, a falta de abastecimento de água adequado, presente em apenas 27,3% dos domicílios (IBGE, 2010), a presença de áreas de lavoura canavieira, onde a proliferação do molusco causador da doença é destaque, e principalmente a falta de informação e educação em saúde da comunidade sobre a esquistossomose mansônica.

A doença pode se apresentar sem sintomas importantes na sua fase inicial, o que favorece o diagnóstico e tratamento tardios e consequentemente complicações mais graves (D’IPPOLITO, 2013). A complicação crônica mais importante da esquistossomose mansônica é a forma hepatoesplênica, resultando em fibrose periportal (Symmers), hipertensão portal e morbimortalidade por hemorragia digestiva alta devido à ruptura de varizes esofágicas, favorecendo a elevação dos custos com saúde pelo estado e declínio na qualidade de vida do indivíduo (PALMEIRA et al., 2010; D’IPPOLITO, 2013).

A escolha pela elaboração de um plano de intervenção para educação, orientação, tratamento e prevenção da esquistossomose mansônica em uma unidade de saúde da família, advém da elevada prevalência da parasitose na região, além da observação ativa dos hábitos da população adscrita e que podem ser modificados.

O fato de que a prevenção ao nível primário através de medidas educativas e de orientação da população sobre a doença poderia contribuir para reduzir a incidência, e ao nível secundário através do tratamento adequado e precoce dos portadores refletindo na redução da prevalência da doença, é que motivou o desenvolvimento deste estudo. Ademais, o escopo principal é implantar um plano de intervenção, de baixo custo e fácil execução, com o intuito de promover educação, orientação e tratamento e consequentemente melhores condições de saúde para a população do município.[/vc_column_text][vc_column_text]

Autora: Vanessa Santos Andrade Cruz.

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