Tratamento Efluentes Indústria Laticínios
Resumo:
O crescimento da indústria alimentícia, especialmente no setor lácteo, tem gerado grandes volumes de águas residuárias poluídas, o que exige sistemas de tratamento eficientes para cumprir as normas ambientais.
O sistema de lodos ativados é amplamente utilizado, mas enfrenta desafios como complexidade operacional e baixa eficiência na remoção de patógenos.
Portanto neste trabalho visa-se diagnosticar a operação de uma estação de tratamento de efluentes em uma indústria de laticínios e propor estratégias para otimizar sua eficiência, incluindo a implementação de um sistema de pós-tratamento adequado. O estudo foi realizado em uma estação de tratamento de efluentes de um laticínio localizado na Zona da Mata Mineira. Coletas foram realizadas em pontos estratégicos para analisar as vazões de entrada e saída, o lodo gerado e os principais parâmetros de monitoramento, como Oxigênio Dissolvido (OD) e pH.
LEIA TAMBÉM: Above-Net | Gerenciar operações sem uma visão integrada é um risco constante
Além disso, foram dimensionadas alternativas de tratamento terciário (Wetland Construído, Lagoa Facultativa e Escoamento Superficial) para determinar a opção mais vantajosa no complemento do tratamento da unidade, com base nas metodologias propostas por Reed, Von Sperling, US EPA e a NBR 17.076.A vazão de entrada e saída da estação apresenta variações devido ao descarte de lodo e horários de operação. O pH e a concentração de OD estão fora das faixas recomendadas, prejudicando a eficiência do sistema de lodos ativados. A baixa sedimentabilidade do lodo e a produção excessiva de substâncias poliméricas extracelulares (EPS) resultam em bulking viscoso e filamentoso, o que afeta a clarificação e a eficiência do processo.
Tratamento Efluentes Indústria Laticínios
Bactérias filamentosas como o Tipo 0675 e Haliscomenobacter hydrossis aumentam o volume do lodo e competem por nutrientes. Além disso, os parâmetros do efluente final e do percolado estão acima dos limites estabelecidos pela legislação, indicando a necessidade de ajustes no processo. O escoamento superficial exige menos espaço e infraestrutura, sendo vantajoso em locais com área limitada e reduzindo custos de aquisição de terrenos. Porém, a lagoa facultativa se destaca na remoção de DBO, nitrogênio e coliformes. Resultando em efluentes mais limpos, com menor impacto ambiental e aptos para reuso. Embora exija maior área e custos com terrenos, a lagoa facultativa é baseada em processos biológicos naturais e apresenta menor complexidade operacional.
LEIA TAMBÉM: Lançamento Oficial do 53º Congresso Nacional de Saneamento da Assemae
Em suma desse modo, destaca-se a necessidade de aprimorar o monitoramento da estação de tratamento de efluentes, especialmente para as vazões de saída. Mas recomenda ajustes nos parâmetros operacionais, como o uso de malhas difusoras de oxigênio e controle do pH, além da implementação de coagulantes e biocidas para combater o bulking viscoso. Aumentar a eficiência do sistema de oxigenação e ajustar a relação F/M também são essenciais. Por fim, sugere a criação de uma lagoa facultativa para garantir o cumprimento das exigências ambientais. Palavras-chave: Lodos ativados; Monitoramento ambiental; Recuperação de recursos.
Autores: Gonçalves, Ana Carolina Sabino, Rosa, André Pereira, Souza, Thiago Oliveira de.