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Substituição do gás cloro por hipoclorito de sódio produzido in loco em sistema de abastecimento de água: viabilidade econômica e operacional – estudo de caso

Resumo

A Estação de Tratamento de Água (ETA) Bom Jardim (Uberlândia-MG), substituiu o gás cloro (Cl2) pela produção eletrolítica de hipoclorito de sódio in loco.

O presente trabalho teve como objetivo a verificação da eficiência desse hipoclorito de sódio comparando-o com o Cl2 no atendimento aos padrões de potabilidade da água de consumo humano, estabelecidos pela Consolidação nº 05 (Anexo XX) do Ministério da Saúde de 28/09/2017, quanto a inativação dos coliformes totais e Escherichia coli. Pretendeu-se ainda, analisar o custo / benefício e as condições de segurança e qualidade ambiental do mesmo.

Os dados contidos neste estudo provêm dos monitoramentos efetuados e coletados nos relatórios de controle do tratamento da água da ETA Bom Jardim. Os resultados demonstraram que a solução investigada atende aos padrões de potabilidade estabelecidos, sendo efetivo na desinfecção, deixando residual de cloro na rede, com custos de operação economicamente viáveis e mais acessíveis que o cloro gás, compensando em pouco tempo os valores investidos. Ademais, o sistema implantado, apresentou segurança aos funcionários e população localizada próxima a ETA.

Introdução

No Brasil, historicamente o desinfetante mais utilizado é o cloro, devido a sua eficiência e baixo custo quando comparado a outros desinfetantes. No entanto, o gás cloro possui um odor extremamente forte, irritante e asfixiante podendo ocasionar vários danos irreversíveis ao ser humano e meio ambiente (FONTANIVE, 2005).

Em consequência do alto risco proporcionado pelo Cl2 em caso de vazamentos, este tem sido substituído por outros produtos menos perigosos. Uma das tecnologias que tem se evidenciado e está acessível no mercado brasileiro são os geradores de hipoclorito de sódio in loco, que utilizam como insumos água, sal (cloreto de sódio) e eletricidade. O processo de geração de hipoclorito de sódio consiste na eletrólise de cloreto de sódio presente na salmoura preparada anteriormente (concentração 3%), quando esta é submetida à corrente contínua em uma célula eletrolítica contendo eletrodos anódicos e catódicos (OLIVEIRA, 2009).

Atualmente na cidade de Uberlândia, Minas Gerais, uma das opções de abastecimento de água potável, a Estação de Tratamento de Água (ETA) Bom Jardim, com capacidade de tratamento de água de até 2 m³/s, é responsável pelo atendimento de mais de 300.000 mil habitantes, o que corresponde a aproximadamente metade da população Uberlandense (IBGE, 2017). Esta ETA utiliza como desinfetante o hipoclorito de sódio produzido in loco, com concentração de 0,65%, com aplicação diária (em média) de 300 Kg de cloro ativo na desinfecção. Este sistema foi instalado em substituição ao cloro gasoso (cilindros de 900 Kg), já que a dispersão acidental deste gás (tóxico) para a atmosfera era prejudicial aos trabalhadores do local e seus efeitos poderiam ir além dos limites da ETA, afetando a população vizinha, uma vez que o empreendimento está localizado em área urbana e residencial com grande fluxo de pedestres e automóveis.

Neste sentido, essa pesquisa, por meio de estudo de caso do referido sistema de abastecimento, visa verificar a viabilidade do uso do hipoclorito de sódio produzido in loco comparando-o com o cloro gás utilizado anteriormente como agente desinfetante, com relação a: (a) atendimento quanto a inativação de microrganismos indicadores de contaminação (Coliformes Totais e Escherichia Coli) e manutenção do mínimo estabelecido de cloro residual na rede, definidos pelo Anexo XX da Portaria de Consolidação nº 5 – Consolidação das normas sobre as ações e os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS), de 28 de Setembro de 2017 do Ministério da Saúde que discorre sobre os padrões de potabilidade da água, tanto para amostras da água tratada da saída do tratamento como para a da rede de distribuição; (b) custo benefício de ambos os sistemas de cloração; e (c) condições de segurança e qualidade ambiental de cada método.

Sendo assim, as informações contidas nesse estudo de caso poderão contribuir com a prestação de informações úteis e práticas demonstrando a aplicabilidade da solução oxidante produzida e o seu impacto na qualidade da água ofertada para a população dentro dos parâmetros estabelecidos pela legislação brasileira de potabilidade da água.

Autores: Ingrid da Silva Pacheco; Regilaine da Cunha Duarte Garcia; Augusto Sérgio Sampaio das Neves; Fábio Augusto do Amaral e Sheila Cristina Canobre.

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