saneamento basico

Proposta de um plano de manutenção para as ruas alagadas e inundadas na cidade de Manaus

Resumo

Existe um grande índice de inundações e alagamentos no Brasil, principalmente em Manaus, onde os moradores vêm sofrendo constantemente com esses problemas, em que se agravam durante o período das chuvas, e uma das causas é a falta de manutenção do sistema de drenagem. Foram feitas pesquisas bibliográficas, coleta de dados em órgãos, além de serem realizadas visitas em campo, a partir de um devido levantamento da rede de drenagem pública das principais ruas com maior potencial de alagamento das seis zonas da cidade de Manaus, para assimilar o funcionamento do sistema das ruas pesquisadas, com o objetivo de diagnosticar os problemas, identificar as carências do serviço de drenagem, a amostragem foi organizada em gráficos, com a porcentagem da amostra dos formulários impostos, e dos itens observados relacionados à drenagem, como um check list, além de analisar o plano de manutenção da cidade de São Paulo e verificar a sua adequação ao sistema de drenagem da cidade de Manaus. Em todas as ruas visitadas, nota-se que há um descaso tanto da população quanto do poder público em relação aos descartes dos resíduos domésticos, além de existirem outros problemas que necessitam de reparos, manutenção e obras em alguns sistemas inexistentes de drenagem. Em relação a proposta do plano de manutenção pode-se analisar e comparar a estrutura da SEMINF com o plano de São Paulo, devendo haver uma interação maior e mais rápida entre SEMINF, Prosamim e Defesa civil, para que a ação conjunta se tornasse mais eficiente em tratar e eliminar esses problemas, além de haver outras responsabilidades que devem ser destinadas a alguns setores da Secretaria.

Introdução

O desenvolvimento urbano do Brasil tem produzido um impacto significativo na infraestrutura de recursos hídricos. Uns dos principais impactos incidem na drenagem urbana, na forma de aumento da frequência e magnitude das inundações e deterioração ambiental (TUCCI, 2002).

A drenagem Urbana não deve promover o desequilíbrio do ciclo hidrológico e o agravamento de condições sanitárias e ambientais […] é intolerável a qualquer pessoa que a circulação das águas na cidade seja veículo de contaminação ou cause risco de vida por afogamento ou desastres, como a destruição de casas. Logo a drenagem Urbana tem uma função primordial: minimizar a presença de excessos de circulação de água, especialmente pluviais, em locais indevidos no meio urbano (SILVEIRA, 2002). A realidade brasileira necessita que mais profissionais se conscientizem desses problemas e busquem trabalhar para alterar esta realidade com elementos como os apresentados e avancem na melhoria e nas suas alterações (TUCCI, 2002).

Segundo Philippi Jr et al. (2005), um dos principais problemas é a fragilidade dos Planos Diretores das cidades somados a falta de projetos nessa área, que trabalhem uma visão integrada entre meio ambiente e sustentabilidade, o que constitui uma das principais causas do estado caótico das cidades brasileiras quando o assunto é drenagem ou saneamento básico, gerando uma crise no meio ambiente que ultrapassa as dimensões econômicas e sociais. Isso também é visto do Plano Diretor de Drenagem urbana na cidade de Manaus, onde se apresenta uma fragilidade em muitas áreas, merecendo destaque no sistema de cadastramento, que não se encontra individualizado dentro de uma estrutura, falta de mão de obra qualificada, número reduzido de profissionais para atender todos os serviços previstos, pouquíssima limpeza e manutenção das redes, gerando excesso de lixo, além de não existir cobrança da legislação existente.

O fenômeno relaciona-se com a redução da infiltração natural nos solos urbanos, a qual é provocada por: compactação e impermeabilização do solo, pavimentação de ruas e construção de calçadas, reduzindo a superfície de infiltração, construção adensada de edificações, que contribuem para reduzir o solo exposto e concentrar o escoamento das águas, acumulação de detritos em galerias pluviais, canais de drenagem e cursos d’água, insuficiência de rede de galerias pluviais (SANTANA E TAVARES, 2014).

O estado do Amazonas apresenta precariedade em serviços de saneamento, segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico- PNSB (2008), a região Norte apresenta em relação ao instrumento regulador dos serviços de saneamento básico aproximadamente 26,5% para abastecimento de águas, 4,5% para esgotamento sanitário e 14% para manejo de águas pluviais. E tem-se observado um aumento das ocorrências de alagamentos e inundações, devido às coletas de dados realizadas na Defesa Civil do Município de Manaus.

De acordo com o site do G1- Am, no ano de 2016, foram registradas três mortes em Manaus por conta de alagamentos, uma que ocorreu no dia 23 de abril, quando André Pereira, de seis anos caiu em uma boca coletora, no bairro Mutirão, Zona Leste, ele teve o corpo levado por mais de 10 quilômetros, sendo encontrado no parque do Mindu, Zona Centro-Sul. E Guilherme Guerreiro, de sete anos, após ser arrastada para dentro do Igarapé da Sapolândia,na rua Ovídio Gomes Monteiro (antiga 11), no bairro Alvorada 2, na Zona Centro-Oeste de Manaus e Gustavo Silva Araújo, de 7 anos.

Este trabalho procura destacar os problemas e apresentar um plano de manutenção que estará sendo proposto para as principais ruas, com base nos dados fornecidos pela GERESD, com foco de alagamento e inundação na cidade de Manaus. Com os objetivos específicos tem-se:

1. Efetuar um levantamento da rede de drenagem pública das principais ruas alagadas da cidade de Manaus;
2. Analisar se a microdrenagem existe e quando existe se é eficiente, ou encontra-se em estado de deterioração, pela ação do tempo ou falta de manutenção;
3. Observar a macrodrenagem coletada pela microdrenagem;
4. Aplicar formulários para os moradores e tabular dados;
5. Analisar o plano de manutenção da cidade de São Paulo e verificar se pode ser adequado ao sistema de drenagem da cidade de Manaus.
6. Propor um sistema de recuperação e manutenção dessas principais ruas das seis zonas da cidade de Manaus.

Autores: Larissa Mendes Oliveira e Valdete dos Santos Araújo.

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