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Resíduo de cigarro: uma proposta de manejo ambiental

Resumo

O estudo objetiva analisar o manejo de resíduos de cigarro no período de dez anos, considerando métodos para coleta e processamento adequado do resíduo, e identificar ameaça ambiental a partir da quantidade de pontas de cigarro (bitucas) lançadas no meio ambiente. Bitucas são consideradas resíduos de riscos ambiental, uma vez que contem contaminantes de cigarros e substâncias químicas produzidas durante a combustão. Esses contaminantes podem ser lixiviados pela chuva em águas superficiais e contaminar o meio ambiente. No Brasil, de acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, todos os resíduos devem ser descartados de forma ambientalmente correta. A metodologia da pesquisa consiste de diagnóstico qualitativo considerando a abordagem na análise dos estudos de manejo de resíduos de cigarro; e diagnóstico quantitativo a partir da análise do montante de resíduo de cigarro gerado no ambiente. O resultado da pesquisa demonstra que estudos comprovam os riscos que os resíduos de cigarro podem provocar ao meio ambiente e à saúde dos seres em geral. O descarte impróprio do cigarro pode gerar resíduos sólidos e contaminantes do solo, da água e dos lençóis freáticos. A coleta adequada de resíduos de cigarros favorece a metodologia de reciclagem, tornando viável sob o aspecto econômico e ambiental. Torna-se necessária uma mudança de atitude da população com relação aos riscos do descarte inadequado e aos benefícios do reaproveitamento, a fim de reduzir os impactos dos resíduos e da fabricação do cigarro.

Introdução

O consumo e descarte do cigarro importa em relevante questão de saúde e interesse sócio-ambiental. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) o consumo de produtos derivados do tabaco não apenas prejudica a saúde das pessoas, mas também causa considerável dano ao meio ambiente. Pesquisas apontam para a importância de estudos que direcionem mais perspectivas de controle do descarte de pontas de cigarro no meio ambiente, uma vez que estas são potencialmente tóxicas quando descartadas de forma inoportuna.

Especialistas determinaram que os resíduos de cigarro contêm mais de 7 mil substâncias químicas tóxicas, que envenenam não só atmosfera, mas também os solos, mares e os rios. Dos 15 bilhões de cigarros vendidos diariamente, 10 bilhões acabam no meio ambiente, contendo uma mistura de nicotina, arsênico e metais pesados. Com a estimativa de dois terços dos cigarros lançados no solo, são gerados a cada ano entre 340 milhões e 680 milhões de quilos de resíduos. Nas áreas urbanas e litorâneas, esse valor representa de 30% a 40% de todos os resíduos recolhidos.

As pontas de cigarro, quando descartadas de forma inapropriada, podem causar prejuízos ao meio ambiente como os exemplos relatados nos estudos: Souza e Conegero (2009) descrevem a incidência de incêndios que ocorrem em períodos de baixa precipitação pluviométrica, Moerma (2009) indica que uma bituca pode ser letal para 50% de microrganismos de água doce em proporções da unidade contaminar 1,5 litros de água. Além disso, ao entrar em contato com a água as substâncias tóxicas que compõem o cigarro, como o arsênio, podem atingir lençóis freáticos ou até mesmo permanecerem armazenadas nas superfícies. Dobaradaran et al. (2018) confirmaram a abundância de pontas de cigarro no ambiente marinho e sugerem que esse resíduo é fonte importante de contaminação prolongada de metais, como Hg e Pb, na área costeira.

Existem também casos registrados de alguns animais que confundiram bitucas de cigarro com alimentos e consequentemente, vieram a óbito, em decorrência de obstruções do trato gastrointestinal (Bezerra et al., 2009). Para evitar tais impactos ambientais faz-se necessário o correto descarte e destinação deste resíduo.

Não existe no Brasil legislação específica para gerenciamento de bitucas de cigarro. No entanto, empresas e instituições vem tomando iniciativa no sentido de monitoramento desse resíduo a partir da coleta seletiva. A existência de coletores seletivos para bitucas, com posterior processamento e aproveitamento do resíduo de cigarro é uma alternativa viável de gerenciamento, de forma a reduzir seus efeitos danosos ao ambiente. Os arquivos que não vierem formatados de acordo com as Normas contidas neste arquivo não serão publicados nos Anais do Congresso.

Autores: Danielly Albuquerque Medeiros Rios e Francisco Delques da Silva Oliveira.

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