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SP Usina Recuperação Energética

Câmara Municipal de São Paulo deve votar na segunda-feira (02) PL para viabilizar usina de recuperação energética na cidade

SP Usina Recuperação Energética

A Câmara Municipal de São Paulo deve votar, na segunda-feira (02/12), o Projeto de Lei (PL) nº 799/24. Cujo objeto é a alteração do mapa de uso e ocupação da área destinada à implementação de uma Usina de Recuperação Energética (URE) que será implementada pela concessionária Ecourbis Ambiental em Santo Amaro (SP).

O objetivo do PL é implementar na mesma área uma URE.

Segundo Yuri Schmitke, presidente da Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos (ABREN), “caso o PL não seja aprovado, seria um grande retrocesso para o Estado de São Paulo. Essa região tem um potencial muito grande para desenvolvimento das URE’s, que são uma alternativa ambientalmente mais adequada para os resíduos não recicláveis que são destinados a aterros sanitários. Outro ponto relevante é que essa usina faz parte do contrato de concessão da Ecourbis com o Município de São Paulo para atendimento das metas do Plano Nacional de Resíduos Sólidos, o Planares. Além disso, se considerarmos as duas UREs em construção, o investimento chega a R$ 3 bilhões, o que é ótimo para a cidade”.

As usinas de recuperação energética são uma realidade sustentável em diversos países, porém o Brasil encontra-se 50 anos atrasado na implementação dessa tecnologia. Enquanto há cerca de 3 mil URE’s em operação no mundo, o país ainda está construindo sua primeira usina, em Barueri (SP). A URE que será implementada pela Ecourbis Ambiental em Santo Amaro será a segunda usina de São Paulo e do Brasil.

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A planta em questão terá capacidade para tratar mil toneladas de resíduos não recicláveis por dia, que deixariam de ser destinados a lixões e aterros sanitários. Além disso, a URE terá potência instalada de 30 MW. De acordo com a Ecourbis, a expectativa é que a licença de instalação seja emitida até o fim de 2025, para na sequência começarem as obras da URE.

SP Usina Recuperação Energética

Além dessa usina está prevista um outra URE a ser implementada pela empresa Loga, com a mesma capacidade. Com a meta de São Paulo chegar a 2028 com duas UREs, e possivelmente mais duas até 2035.

A prefeitura de São Paulo tem a meta de chegar a 70,7% de desvio de resíduos de aterros. Com 44% destinado para reciclagem e tratamento orgânico, 20% sendo destinado para tratamento térmico, incluindo também o preparo de combustível derivado de resíduos (CDR) a ser destinado para a indústria cimenteira, tendo por objetivo ser utilizado no processo de coprocessamento na produção de clínquer para produção de cimento, sobrando apenas 36% para os aterros.

Posteriormente, o objetivo é negociar a energia gerada no mercado livre. Caso as duas URE’s em construção sejam aprovadas pela prefeitura depois de 2028. Os contratos preveem um “gatilho” para autorizar que as concessionárias instalem cada uma mais uma nova usina. Elevando a capacidade de UREs na cidade para 120 MW, a partir de 4 mil t/dia de resíduos tratados. Atualmente, São Paulo gera 12 mil t/dia de resíduos sólidos urbanos.

Metas

As metas previstas nos contratos de concessão da Prefeitura de São Paulo estão aderentes às melhores práticas globais de gestão de resíduos, de modo a reduzir gastos na saúde pública e no meio ambiente, assim como em até 8x as emissões de gases de efeito estufa. Além disso, cumpre o propósito da recente declaração de desvio de resíduos orgânicos de aterros assinada pelo Brasil e mais 30 países na COP 29 em Baku. Planares As usinas também terão grande contribuição para o Plano Nacional de Resíduos Sólidos.

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A meta do plano para a região Sudeste é reduzir o envio de resíduos a aterros sanitários em 64%. Utilizando para isso 26% de reciclagem, 18% de aproveitamento biológico e 19% de tratamento térmico. Ou seja, para alcançar as metas do Planares, a construção das usinas de recuperação energética é fundamental.

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