Tratamento Água Subterrânea
Resumo:
No Brasil, apesar de milhares de pessoas ainda não possuírem acesso ao abastecimento de água com qualidade, recorrem a soluções individuais, como o uso de água subterrânea que por vezes se encontra com qualidade inferior ao preconizado na legislação.
Existem diversas possibilidades alternativas que podem mitigar a situação, como o uso de filtros lentos com meios filtrantes convencionais e não convencionais ou uso de coagulantes/floculantes naturais, possibilitando a redução de problemas sociais voltados ao abastecimento de água, em especial para a população rural, que reside em locais mais isolados aquém do abastecimento de água com qualidade.
Desse modo, este estudo teve como objetivo principal verificar a eficiência dos tratamentos de água utilizando filtro lento convencional e não convencional, e utilizando coagulante/floculante natural proveniente do cacto, no tratamento de águas subterrâneas.
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Para o tratamento de água com coagulação/floculação, foi avaliado o melhor resultado com o uso de coagulante/floculante oriundo do cacto no tratamento de água subterrânea, para posterior análise da eficiência do referido tratamento em comparação com o FABC. Dessa maneira, conforme testes estatísticos, os resultados indicaram desempenho semelhante entre os filtros convencionais e não convencionais para os parâmetros cor aparente, turbidez, condutividade elétrica e ferro total, com diferenças significativas entre água bruta e filtrada.
Tratamento Água Subterrânea
Ainda, os parâmetros dureza e condutividade elétrica tiveram comportamentos semelhantes com o uso dos filtros, possuindo valores moderadamente superiores com o FABC apenas até o final da primeira carreira de filtração. Na coagulação/floculação, obteve-se remoção de 100% da cor verdadeira, turbidez e demanda química de oxigênio, além de 97% do ferro total.
Além disso, ambos os tratamentos não apresentaram alterações significativas com relação à temperatura e pH. Quando comparados os tratamentos (coagulação/floculação e filtração lenta), estes apresentaram diferenças estatisticamente significativas (exceto para o parâmetro ferro total), demonstrando que, ainda que ambas as metodologias apresentem remoções significativas nos parâmetros de qualidade da água avaliados, estas possuem comportamentos de tratamento distintos.
Portanto, os resultados indicaram que ambas as soluções alternativas melhoraram significativamente a qualidade da água, sendo estas viáveis para reduzir desigualdades acerca da disponibilização de água com qualidade entre áreas rurais e urbanas.
Autora: Ana Lara Araújo.