Resumo
O presente estudo buscou identificar o desempenho das dimensões da sustentabilidade que compõem o triple bottom line, comparando os municípios com melhor posição no Ranking do Saneamento 2018, elaborado pelo Instituto Trata Brasil, com os municípios que ocupam as últimas posições do referido ranking. O estudo permitiu a análise e comparação de resultados sob a ótica das três dimensões do desenvolvimento sustentável: social, econômica e ambiental. A pesquisa utilizou o método documental, podendo ser caracterizada como descritiva, de abordagem qualitativa. Os resultados mais significativos foram observados nas dimensões social e econômica: quanto melhor a situação na universalização da água tratada, coleta e tratamento de esgoto, melhores os resultados em termos de saúde, educação e desenvolvimento econômico. Quanto à dimensão ambiental, em todos os municípios estudados a temática foi incorporada à estrutura institucional do ente público, com a criação de uma estrutura administrativa e de legislação específica.
Introdução
A temática do desenvolvimento sustentável tem ocupado espaço na agenda política, social, econômica e ambiental dos países e da Organização das Nações Unidas (ONU), que propôs 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) a serem cumpridos por meio da implementação da Agenda 2030. Isso tem ocorrido, entre outros fatores, pela constatação do crescente aumento da população urbana, conforme mostra o relatório global World Urbanization Prospects (ONU, 2014).
Os números apresentam o deslocamento crescente da população rural para as cidades, com tal intensidade que a expectativa para o ano 2050 é de que cerca de 66% da população mundial esteja ocupando espaços urbanos, bem maior do que a situação observada na primeira metade do século XX, quando esse referencial era de 30%. No caso do Brasil a situação não é diferente, pois a projeção aponta que em 2050 a população urbana representará aproximadamente 91% da população brasileira (ONU, 2014).
O relatório menciona ainda que a expansão das cidades sem o necessário planejamento ou com uma gestão inadequada cria para a sociedade urbana graves situações de desigualdade e risco social/ambiental, em face da ausência de políticas que atendam satisfatoriamente às necessidades de moradia, saneamento, saúde e educação, entre outras. Tal cenário corrobora as palavras de Sachs (2007) quando afirma que “torna-se impossível escapar das questões ambientais ao enfrentarmos os problemas do desenvolvimento” (p.35).
Autores: Ruth Candida de Lima Guastalle; Jakeline Rodrigues de Aquino Bezerra; Raquel da Silva Pereira; Luís Paulo Bresciani e Ivan Maia Tomé.