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Com investimento de R$ 31 milhões, Araruama, na Região dos Lagos do RJ, reutiliza 100% dos resíduos de esgoto

Resíduos de Esgoto RJ

Por: Camila Araujo, de O Globo

Natureza e tecnologia combinam. É o que mostra uma iniciativa pioneira de tratamento de esgoto na Região dos Lagos do Rio.

A Lagoa de Araruama, uma das maiores lagunas costeiras hipersalinas do mundo, agora também desponta como referência nacional em métodos inovadores para tratar os efluentes do município.

Além de equipamentos de última geração, na nova Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Ponte dos Leites, inaugurada no mês passado, o lodo, um dos principais resíduos do processo, é 100% reutilizado.

Ademais o material é transformado em tijolos ecológicos artesanais e adubo para reflorestamento.

Com a iniciativa, já foi feito o replantio de 40 mil mudas nativas em 23 hectares da localidade.

A estação é considerada uma das mais sustentáveis do país e utiliza uma técnica ainda pouco explorada no Brasil, a wetland.

O sistema, também conhecido como Terras Úmidas Construídas, funciona como uma lagoa artificial com plantas aquáticas — papiro, embaúba vermelha e sombrinha chinesa, entre outras — que recebe o esgoto pré-tratado.

Os microrganismos que se desenvolvem de forma natural a partir da vegetação são os responsáveis por degradar a matéria orgânica presente no esgoto.

Na ETE de Araruama, há três lagoas desse tipo.

Impacto social

Então o espaço de 11 hectares, equivalente a 11 campos de futebol, tem ainda duas unidades de tratamento preliminar mecanizadas.

Mas as obras custaram R$ 31 milhões à Águas de Juturnaíba, concessionária do Grupo Águas do Brasil responsável pelo saneamento na região, que aumentou a capacidade de tratamento de esgoto de 200 para 220 litros por segundo, atendendo até 144 mil habitantes.

Em conclusão os tijolos ecológicos artesanais oriundos do lodo são fabricados em uma oficina própria da concessionária, com capacidade de produzir diariamente até mil tijolos ou pisos intertravados.

Portanto a pavimentação das estações é feita com esses tijolos, também utilizados na recuperação do sistema de coleta.

Ademais após essa produção, o que sobra do lodo é enviado para compostagem na própria ETE, onde é feito o biossólido.

Portanto já foram reflorestados mais de 23 hectares, o que corresponde a 40 mil mudas de espécies nativas no entorno do Reservatório de Juturnaíba.

Wetlands

Então as plantas das wetlands crescem muito rapidamente pela grande quantidade de material que consomem.

Por isso, elas são podadas frequentemente. Parte do que é retirado vai para o projeto Ecofibras, que dá cursos de artesanato a adolescentes de escolas públicas.

— O projeto começou quando eu conheci a fibra, que é gerada na estação de tratamento e que faz parte do processo. Isso em 2010. A fibra funcionou muito no tear, na tecelagem. Depois, nós começamos a fazer tecido e outros produtos a partir dela — conta Regina Righi, coordenadora do projeto. A produção é comprada integralmente pela concessionária, gerando renda para as comunidades.

Fabiano da Silva é um dos alunos da educação inclusiva, que também recebem aulas com o objetivo de desenvolver, gerar renda e trabalhar as habilidades motoras, cognitivas e sociais.

— No início eu achei que não levasse jeito. Eu não sabia que eu tinha dom de fazer essas peças de arte. Foi muito importante para mim — afirma o aluno.

Fonte; O Globo.

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