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Falta de água coloca o setor elétrico em alerta

Cerca de 70% da matriz energética do país vêm das hidrelétricas e, com a ausência de chuvas e os reservatórios secando, o risco de um apagão não é descartado.

Por Talis Maurício

Setenta e quatro litros de água. É o que se gasta para produzir apenas um copo de cerveja. Uma xícara de café? 132 litros. Para que tudo isso chegue a você, é preciso energia elétrica. O problema é que 70% da matriz elétrica brasileira vêm das hidrelétricas e, com a falta de chuvas e os reservatórios secando, o risco de um apagão não é descartado.

Um dos mais lembrados aconteceu em abril de 2001. O mais recente ocorreu em janeiro deste ano, quando mais de dez estados foram afetados. Uma discussão antiga, mas que, para o diretor da Coppe, instituto ligado a Universidade Federal do Rio de Janeiro, Luiz Pinguelli Rosa, deve se tornar mais preocupante porque já interfere no orçamento das famílias.

A energia termoelétrica é produzida pela queima de combustíveis fósseis, considerados os vilões das mudanças climáticas. Em 2013, o gás natural e o petróleo representaram 80% do crescimento da oferta interna de energia. Enquanto isso, a participação de fontes renováveis na matriz elétrica caiu de 89% em 2011 para 79% em 2013. Uma combinação que encarece a conta de luz e preocupa os ambientalistas, como explica o especialista em ecopolítica e comentarista da CBN Sérgio Abranches.

Diante de um cenário nada otimista, a economia já começa a esboçar resultados negativos. O professor de Economia da Universidade de São Paulo Fábio Kanczuk avalia que a redução da oferta de energia vai diminuir ainda mais as projeções do PIB, além de fazer a inflação subir.

Na agricultura, de acordo com a Embrapa, os efeitos da crise hídrica já impactam a produção de hortaliças em estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Rio Grande do Norte. Na indústria, maior consumidora de energia, especialistas preveem queda na produção, redução de investimentos e demissões.

O presidente da EPE, a Empresa de Pesquisa Energética, ligada ao Ministério de Minas e Energia, Maurício Tolmasquim, admite que o momento é crítico e a conta de luz vai ficar mais cara enquanto as termelétricas continuarem sendo usadas. A adoção de racionamento de energia, no entanto, só será avaliada após o período de chuvas.
Fonte: CBN

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