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Perda de água potável durante abastecimento da população é desafio a ser enfrentado no Brasil

Soluções para o uso da água serão debatidas no 3º Seminário da Associação Latino-americana de Dessalinização e Reutilização da Água, em Salvador (BA)

O presidente da Associação Latino-americana de Dessalinização e Reutilização da Água ( Aladyr ), Juan Miguel Pinto, afirma que, na América Latina, uma média de 50 % da água potável é perdida durante o processo de abastecimento da população.

O número se refere à quantidade de água que é desperdiçada depois de entrar na rede de abastecimento e antes de chegar às residências, estabelecimentos comerciais e instalações fabris do subcontinente, por conta da má manutenção das tubulações, que dão origem a vazamentos hídricos.

De acordo com Juan Miguel Pinto, o Brasil tem uma média de desperdício de 38% de água nestas circunstâncias, um índice menor do que o de toda América Latina, mas ainda assim preocupante.

Perdas de água

O Vice-presidente de Desenvolvimento Social da Comunidade Andina de Fomento ( CAF – www.caf.com ), que é uma organização parceira da Aladyr, José Carrera tem uma visão complementar: “os crescentes níveis de perda de água, que têm como causa comum a gestão ineficiente da infraestrutura das redes de abastecimento das cidades, são os principais obstáculos para a segurança hídrica da região latino-americana”, avalia ele.

aladyr

“É urgente a necessidade de aumentar a eficiência das redes para otimizar a distribuição da água à população. A produtividade e resiliência da nossa região dependem disso”.

A avaliação dos dois executivos vai ao encontro da atenção crescente que entidades políticas, empresariais e ambientais têm dedicado à eficiência da distribuição da água no Brasil.

Em 2018, o estudo “Perdas de água: desafios para disponibilidade hídrica e avanço da eficiência do saneamento básico”, apresentado na Semana de Meio Ambiente da Fiesp, mostrou que “o Brasil vem encontrando dificuldades em promover a redução das perdas de água, e pior que isto, vem aumentando o – já elevado – nível de perdas.

Isso mostra a preeminência de superar um grande desafio que consiste em atingir níveis de eficiência de distribuição de água satisfatórios”.

agua

De acordo com a agência Indusnet Fiesp, no Brasil, “a água chega ao seu destino, mas parte do volume deixa de ser faturado, vai se perdendo pelo caminho, e acaba sendo preciso produzir mais do que o necessário, o que envolve custo de energia e de produtos químicos, além de se utilizar cada vez mais recursos naturais, a fim de captar mais água para abastecer a mesma quantidade de pessoas.

Em 2016, as perdas alcançaram 6,4 bilhões de m³, equivalentes a seis vezes a capacidade do Cantareira ou 7 mil piscinas olímpicas desperdiçadas diariamente”.

Para o presidente da Aladyr, Juan Miguel Pinto, estes dados mostram a urgência da promoção de discussões e a criação de projetos para uma melhor distribuição de água no Brasil, que podem ajudar na melhoria do desenvolvido econômico do país e da qualidade de vida das pessoas.

Evento em Salvador/BA

Com o objetivo de encontrar e apresentar soluções para o uso da água no Brasil, será realizado em Salvador (BA), entre os próximos dias 22 e 23 de maio, o 3º Seminário da Associação Latino-americana de Dessalinização e Reutilização da Água (Aladyr).

O evento, que contará com a presença de uma comitiva do Ministério do Desenvolvimento Regional do governo brasileiro. promoverá uma série de palestras que irão apresentar projetos para temas como o desperdício de água no abastecimento de cidades, dessalinização da água, tratamento de efluentes e gestão da água para a indústria de alimentos e bebidas, agropecuária e mineração.

Um dos destaques do seminário será uma palestra sobre transferência de tecnologias de dessalinização entre Israel e Brasil, que contará com a participação de especialistas israelenses neste tema.

A crise hídrica brasileira também terá grande importância nas discussões promovidas no evento.

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